FTT - Futebol de Todos os Tempos

ENTREVISTAS COM EX JOGADORES, TECNICOS, DIRETORES E PESSOAS LIGADAS AO FUTEBOL QUE CONTRIBUIRAM DE ALGUMA FORMA PARA QUE PUDESSEMOS CONHECERMOS UM POUCO MAIS DA HISTORIA DO FUTEBOL BRASILEIRO E MUNDIAL.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O craque disse e eu anotei - RONALDO DRUMMOND

Consegui o telefone do Ronaldo através do departamento de marketing do Cruzeiro . Muito atencioso já no  primeiro telefonema, marcamos a entrevista em seu escritorio. Foi um bate papo descontraido com um jogador que marcou seu nome na historia do futebol brasileiro com titulos e um gol em especial. Acompanhem a entrevista.


FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS - Você começou nas categorias de base do Atletico ou do Cruzeiro?
RONALDO - No Cruzeiro. Fiquei quase um ano no Cruzeiro até que a diretoria foi no Atletico e pegou o Mario Jorge que vinha muito bem nos juvenis deles. Para dar o troco a diretoria atleticana me buscou no Cruzeiro. Acabei ficando no clube de 63 a 72.

Esta é uma imagem bem rara. Ronaldo Drummond jogando pelos juvenis do Cruzeiro.


Juvenis do Atletico em 1963


FTT - E você chegou a jogar com Tostão , Natal ou Dirceu lopes nos juvenis?
RONALDO - Tostão eu joguei com ele antes de qualquer um pois jogávamos na varzea no Araripe depois no Imperial, dois times amadores de BH.

Ronaldo e Tostão . Os primos no futebol varzeano de Belo Horizonte.



FTT - Subiu para os profissionais em uma epoca dificil pois do outro lado estava o Cruzeiro de Natal, Tostão, Dirceu lopes e Piazza.
RONALDO - Foi uma época dificil sem duvidas. O Cruzeiro foi pentacampeão mineiro , alem da Taça Brasil. Eu e Lacy por exemplo que subimos da base, fomos dos poucos que consiguimos nos manter durante todos estes anos.  Trocavam jogadores e eu continuava lá. O Buião saiu foi para o Corinthians, o Vaguinho depois tambem e eu continuava no time. Quer dizer numa epoca em que o Cruzeiro era quase imbativel e a diretoria do Atletico tentava acertar trazendo outros jogadores , eu  sempre continuava ali nos planos do tecnico. Quer dizer , eu tinha meu trabalho reconhecido.


Ronaldo Drummond e Tostão antes de mais um clássico entre Atlético x Cruzeiro nos anos  60.


FTT - Pois se o Cruzeiro cedeu varios jogadores a seleção brasileira neste periodo, o Atlético representou o Brasil no jogo contra a Iugoslavia em 1968. Lembre um pouco desta partida.
RONALDO - Na verdade foi um reconhecimento da CBD ao bom time do Atletico naquela época. Nós só não eramos campeões mineiros porque o time do Cruzeiro era realmente melhor mas nosso time era muito bom tambem. Veio o convite e fizemos o jogo contra a Iugoslavia representando a seleção brasileira

FTT - Você fez um gol inclusive na vitoria por 3x2.
RONALDO - Eu fiz um, Amauri Horta e Dario os outros. A Iugoslavia naquela epoca tinha um grande time, muito tecnico.

Em pé a partir da esq. Vander , Grapete, Vanderley Paiva, Mussula, Normandes e Decio Teixeira. Agachados: Ronaldo , Amauri Horta, Vaguinho, Lola e Tião.




Atletico x Botafogo em 1968. Após chute de Adilson, Manga rebate e Ronadlo faz o gol atleticano.

FTT - Veio então o titulo mineiro de 70. Foi uma grande alegria e motivo de alivio ?
RONALDO - Ahh foi. Quebramos a hegemonia do Cruzeiro e ali começava ser formado pelo Telê Santana aquele time que acabou sendo campeão brasileiro no ano seguinte (71).

FTT - Campeões mineiros e agora brasileiros em 71. Conte um pouco desta campanha do titulo mais importante na historia do Atletico.
RONALDO - Bem, os grandes times brasileiros da epoca eram o Palmeiras, São Paulo, Botafogo e Cruzeiro. O Atletico era um time muito bom, com grandes jogadores mas que ainda não tinham despontado para o cenario brasileiro. Tinha o Humberto Ramos, o Lola, o Vantuir , o Oldair que jogava no meio campo e foi deslocado para a lateral e tinhamos peças de reposição importantes como o Spencer, o Beto. nosso time era muito bem estruturado e sabia o que fazer. Nós não tinhamos grandes estrelas, tinhamos o Dario, um grande artilheiro. Porem nós sabiamos onde queriamos e podiamos chegar e fomos crescendo e vencendo. No triangular final pegamos o São Paulo aqui e vencemos e depois o Botafogo no Maracanã.

Atletico campeãobrasileiro em 71 - A partir da esq: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderley, Vantuir e Oldair. Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Beto e Romeu Cambalhota.


FTT - Oldair e Cincunegui. Afinal quem era o lateral esquerdo titular naquele time?
RONALDO - O Oldair. O Cincunegui foi o lateral até 70. Depois que o Oldair chegou do Vasco ele passou a ser titular. Agora quando o Oldair jogava no meio o Cincunegui jogava de titular.

FTT - Você citou ainda a pouco o trabalho do Telê Santana começando . Já dava para notar nesta epoca que ele seria um grande treinador?
RONALDO - Eu sempre costumo dizer o seguinte: tem treinador e escalador. Telê foi daqueles treinadores que sabiam tirar o melhor de cada jogador. Aprimorava e explorava o maximo do potencial de cada um. Ele tambem consguia montar o conjunto como poucos. Sabia as peças que tinha nas mãos e onde colocar cada uma.
FTT - Você ainda trabalhou com outros dois grandes treinadores: Oswaldo Brandão e Zezé Moreira.
RONALDO - Sim , mas o Tele estava bem a frente. Outro que foi muito bom, principalmente nos fundamentos foi o Yustrich.



FTT - Você e Vaguinho se revezavam ou chegaram a jogar juntos?
RONALDO - Jogamos juntos. Na verdade, antes era Buião, Lacy , Eu e Tião. Depois o Buião saiu e o Vaguinho passou a jogar ali. Eu mais no meio campo e as vezes na ponta direita. Neste ataque ja tinha o Dario. Aí eu sofri um grave acidente de carro e fiquei seis meses afastado do time. Quando eu voltei o Vaguinho havia sido vendido ao Corinthians e eu passei a jogar na ponta direita.

FTT - Quem diria, Vaguinho no Corinthians e você foi parar no rival Pal
meiras. Chegaram a se encontrar em São Paulo ou era cada um para o seu lado?
RONALDO - Não, a gente nem se via em São Paulo.Naquela epoca a gente jogava as  quartas e domingos e tinham as viagens ainda então não sobrava tempo. Nós nos encontrávamos aqui em Belo Horizonte nas ferias.


RONALDO É VENDIDO AO PALMEIRAS E SUA ESTRELA COMEÇA A BRILHAR


FTT - E você fez parte daquele time que é chamado a Segunda Academia do Palmeiras. Era facil jogar ali?
RONALDO - Jogar era mas foi dificil para mim que cheguei do futebo mineiro e em São Paulo estavam mais avançados e era complicado entrar naquele time do Palmeiras.  O Edu era muito querido pela torcida do Palmeiras mas o Brandão gostava muito do meu futebol. Na verdade quem foi o responsavel por eu  ir para o futebol paulista foi o Gerson. Quando o Oswaldo Brandão era tecnico do São Paulo ele me indicou. Tentaram me contratar e não deu certo na epoca. A primeira coisa que o Brandão fez quando foi para o Palmeiras foi pedir a minha contratação. Eu entrava as vezes no lugar do edu, até que aconteceu uma coisa chata no clube. O Cesar foi pego no exame antidoping e tomou uma suspensão. Eu passei então a jogar então no lugar dele .

FTT - No Palmeiras você jogava mais de ponta direita ou centroavante?
RONALDO - Jogava nas duas , mas de centroavante.

FTT - Teve algum jogador em especial com quem você se entendia melhor neste time?
RONALDO - O Leivinha. Era um jogador muito inteligente e facil de se jogar.


FTT - O Palmeiras acabou sendo bicampeão e você conseguiu seu terceiro titulo brasileiro seguido. Acho que não tem nenhum outro jogador no Brasil que conseguiu repetir este feito.
RONALDO - Que eu saiba não. Eu costumo dizer que estava no time certo na hora certa. Peguei times estruturados. O Palmeiras vinha jogando junto a muito tempo e tinha uma base solida, forte.

A partir da esq. Eurico,Leão, Luis Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca; Agachados :Ronaldo, Leivinha, Madurga, Ademir da Guia e Nei. 

FTT - E teve ainda o titulo paulista de 74.
RONALDO - O de 74 e o de 72. Pouca gente lembra deste titulo mas é um dos mais importantes na historia do Palmeiras. Fomos campeões invictos. O unico titulo em toda historia do campeonato paulista vencido de forma invicta até hoje por um clube.Ninguem conseguiu repetir este feito até hoje. Sabe lá o que é isto, não perder nenhuma partida em um campeonato tão dificil como o paulista?


FTT - Porem em 1974 teve aquela famosa final contra o Corinthians. Eles estavam numa fila a quase 20 anos sem vencer um paulista. A torcida corintiana lotou o Morumbi e você fez o gol do titulo palmeirense. Foi o seu momento mais marcante no futebol ou teve outro?
RONALDO - O Plameiras nem tinha aquela obrigação de ganhar aquele titulo pois já vinha ganhando tudo. A carga toda era em cima do Corinthians. Tanto é que durante a semana tiveram varios telefonemas da torcida corintiana ameaçando nosso jogadores e coisas deste tipo. Para se ter uma ideia o estadio tinham 90% de corintianso e mesmo asim os 10% de palmeirenses não conseguiram se agrupar. Ficaram espalhados. Então o jogo começou e nosso time jogando muito tranquilo. Foi até que eu fiz o gol. A gente via o semblante e a preocupação do time deles. O Rivelino coitado botaram toda pressão e culpa pra cima dele. Acabou que o Corinthians foi encolhendo, encolhendo. Eu naquele jogo fiz dois gols mas o Boschilla anulou um, pura sacabnagem pois foi legal. Ele alegou pé alto mas já estava 1x0 e final de jogo e resolveu anular. Mas aquele jogo realmente pra mim foi historico. Até hoje lembram e falam deste jogo.

O famoso gol de Ronaldo pegando de primeira a bola e deixando o Corinthians na fila por mais alguns anos.

FTT - Ganhar do Corinthians tinha um gosto especial ?
RONALDO - Para mim não. Se estivesse ali São Paulo , Santos ou outro time e seria a mesma coisa. Somente que o Corinthians estava numa situação muito delicada pois estavam a 20 anos sem ganhar um titulo. Claro que para os palmeirenses teve um sabor mais gostoso. O problema foi para mim sair do estadio. Eu e o Leivinha tivemos que sair escondidos numa Kombi destas tipo furgão, acompanhado de dois policias e com metralhadora dentro do carro. Nos levaram até dentro da garagem do nosso predio, porque eu e Leivinha morávamos no mesmo edificio e nos aconselharam a não sair. Para se ter uma ideia, minha esposa tinha ido para São Paulo porque estavamos fazendo naquele dia 2 anos de casamento mas o pessoal aconselhou a não sairmos na rua para comemorar. O onibus do Palmeiras saiu normal com o restante dos jogadores. Esperei então, peguei meu carro e vim para Belo Horizonte passar as ferias aqui. Só voltei para São Paulo no final de Janeiro e  aí o clima já tinha esfriado.

FTT - E depois de ganhar varios titulos no Palmeiras você foi jogar no Cruzeiro.
RONALDO - O que aconteceu foi que o Palmeiras desmontou todo o time. O Leivinha e Luis Pereira foram para o Atletico de Madrid, o Eurico foi para o Grêmio, o Cesar parou e eu fui para o Santos. Só que o Santos tambem estava numa grande transição. Pelé tinha saido, e a base daquele timaço já não existia mais. Fiz umas seis partidas lá e apareceu o Felicio Brandi, presidente do Cruzeiro me convidando para jogar no clube. Eu logo pensei na chance de ganhar finalmente uma Libertadores pois já tinha disputado 4 e nunca havia ganho.O Felicio  disse para ver o que eu conseguiria com a diretoria do Santos sem informar para qual time eu iria. . Eu rescindi então com o Santos. Cheguei então na diretoria do Palmeiras e disse que  tinha a chance de voltar para BH e ageitei as coisas e acertei. Cheguei a BH mas o Felicio falou que não iriamos divulgar nada , para ficarmos calados. Fiquei dois meses na cidade , fui a varios jogos do time no Mineirão e esperamos terminar o campeonato brasileiro de 75 e então o Felicio anuciou a minha contratação.


RONALDO VAI PARA O CRUZEIRO E PRA VARIAR MAIS UM GRANDE TITULO

FTT - No Cruzeiro você fez parte de um timaço. Só do meio campo para frente tinham Piazza, Ze Carlos, Eduardo, Roberto Batata, Palhinha, Jairzinho, Joãozinho e você. Qualquer um que jogasse e o time estaria bem servido.
RONALDO - Era outro time que não era facil ser titular. Tinha muita gente boa. Só que todos tinham muita amizade e respeito um pelo outro.

FTT - Você pode jogar ao lado de tres grandes duplas do futebol. Tião e Dario, Leivinha e Ademir da Guia e Palhinha e Jairzinho. Qual te impressionou mais?
RONAlDO - Você citou bem. Eu tive muita sorte no futebol de jogar em grandes times. Meu futebol era mais solidario e eu acabava encaixando nos times e pude jogar ao lado de excelentes jogadores. Estas duplas que você lembrou foram perfeitas. O ataque do Cruzeiro naquela Libertadores teve o Palhinha e Jairzinho arrebentando, o Joãozinho  numa forma exuberante, o Batatinha (Roberto Batata), Eduardo enfim era um ataque perfeito. O mais importnate é que antigamente ra diferente. Nós jogadores eramos amigos mesmo. Nos encontravamos , viviamos aquela amizade dentro dos clubes.

Ronaldo, Palhinha e Jairzinho . Um ataque impossivel na primeira partida da final no Mineirão. Cruzeiro 4x1 River Plate.

FTT - Como foi o astral dos jogadores na primeira partida após a morte do Roberto Batata naquele Cruzeiro 7x1 Alianza?
RONALDO - Foi muito dificil. O Batata era muito querido por todos. Não tinah como não lembrar dele a todo instante. Eu entrei no segundo tempo e o jairzinho e Palhinha arrebentaram com o jgo . Fizeram todos os gols.

FTT - Na segunda partida da final na Argentina o River Plate venceu por 2x1 mas teve muita catimba e confusão. Conte um pouco deste jogo.
RONALDO - Como eu te disse disputei varias outras libertadores e com um time como o do Palmeiras e nunca ganhei nada. A Libertadores era muito mais dificil. O pau comia em campo, não existia exame antidoping, os caras cuspiam na sua cara, a noite jogavam bombas na frente do hotel para não deixar a gente dormir. Para se ter ideia o unico e ultimo campeão brasileiro na Libertadores tinha sido o Santos em 63. Já faziam 13 anos. E neste jogo contra o River não foi diferente. Muita catimba e pressão. Acabou que expulsram o Perfumo e o Jairzinho..

FTT - Veio então a terceira partida em campo neutro, no Chile. Você jogou o tempo todo no lugar de Jairzinho. Foi sua estrela brilhando novamente?
RONALDO - Foi sempre tive estrela. Te digo que se  aquele jogo não fosse em campo neutro, se jogassemos na Argentina a gente não levava. Mesmo emSantiago eles catimbaram demais, fizeram o segundo gol sem o juiz autorizar e arranjaram muita confusão. Só que n´so tinhamos um time muito forte e tecnico e vencemos.

Ronaldo carregando a historica Taça Libertadores de 1976 conquistada contra um  grande time, o River Plate.


FTT - Mas o River Plate era um time repleto de craques tambem.
RONALDO - Pra você ter uma ideia, ele deu seis jogadores para a seleçaõ argentina que foi campeã do mundo dois anos depois. Perfumo, Passarela, Alonso, Fillol, Luque, Más , Merlo todos grandes jogadores.

FTT - Depois teve pelo campeonato mineiro um clássico com o Atletico que ficou empatado em 1x1 e você fez o gol do Cruzeiro. Qual foi a sensação de jogar contra o clube que o lançou para o futebol ?
RONALDO - Olha neste jogo empatamos em 1x1 e eu fiz o gol do Cruzeiro. Foi algo diferente pois eu nunca tinha feito um gol no Atletico. Foi gostoso.

FTT - E você comemorou normalmente?
RONALDO - Claro. Acho que o momento em que você faz um gol é algo muito seu, especial. Porque eu não iria comemorar? Comemorei, abracei meus companheiros. É o clube que me pagava.


FTT - O que você pensa destes jogadores que não comemoram gol contra ex clubes hoje em dia?
RONALDO - Acho que não tem nada a ver. Foi como eu disse: cada um tem no gol o seu momento de extravasar , de comemorar. Não vejo porque não comemorar. Você não vai mexer e provocar a torcida adversari que já é outra historia e falta de respeito mas comemorar sim.


Fantastico quadro de medalhas com os diversos titulos e premios que Ronaldo conquistou.

FTT - Qual foi o seu momento de maior alegria no futebol?
RONALDO - Olha eu tive muitas alegrias e bons momentos no futebol. Ganhei muitos titulos mas o que me marcou mais foi o de campeão brasileiro de 1971 pelo Atletico. No Cruzeiro o tão sonhado titulo da libertadores tambem ,mas ele foi conquistado fora do Brasil e não foi a mesma coisa.

FTT - E decepção teve alguma?
RONALDO- Tive. Eu sonhava em disputar um mundial. Chegou o jogo contra o Bayern e eu estava vivendo um grande momento. Na Alemanha eu já não joguei e esperava jogar no Brasil. Treinei bem a semana toda e na hora da escalação na Toca da Raposa , o Zeze disse que o Jair (Jairzinho) é quem ia pro jogo. Na hora me deu uma esfriada, uma decepção, uma raiva  tão grande que cheguei e falei com o presidente que eu iria embora e não continuaria concentrado. Vieram os jogadores , o Furletti (diretor de futebol) e me convenceram a ficar. Eu esperava que ele me lançasse no decorrer da partida mas não aconteceu. Deste dia em diante resolvi abandonar o futebol

Bruno e Ronadlo em seu escritorio decorado com diversos quadros de seus momentos no futebol.


FTT - Aponte 7 dos maiores jogadores que você jogou a favor ou contra.
RONALDO - Nossa joguei com muita gente boa. Pelé, Ademir da Guia, Tostão, Dirceu Lopes, Rivelino, Jairzinho, Gerson. Sete são poucos.

FTT - Você jogou com dois genios, Ademir da Guia e Dirceu Lopes . Eles tinham espaço na seleção de 1974?
RONALDO - Tinham. O Ademir era impressionante. Os adversarios o respeitavam demais. Eu e Leivinha levavamos porrada mas ninguem batia nele, tinham enorme respeito por ele. Jogava demais.



Ronaldo Drummond atualmente

FTT - Não acha estranho que em um pais onde tivemos camisas 10 geniais como Pelé, Rivelino, Ademir da Guia e Dirceu Lopes hoje vemos os argentinos mandando com Montillo, D'Alesandro, Conca agora vem o Martinucio alem de terem o maior jogador do mundo que é o Messi. O que aconteceu com o futebol brasileiro? Mudou a forma de jogar?
RONALDO - Boa pergunta mesmo.Realmente não temos hoje um grande camisa 10. O Cruzeiro tem o Roger que é um bom jogador e o que mais chega perto é o Ganso mas ainda precisa mostrar um pouco mais. Talvez o sistema de jogar com tres volantes e muita marcação esteja atrapalhando o surgimento destes camisas 10.

FTT - Tem espaço para se jogar com pontas no futebol atual?
RONALDO - Eu se fosse tecnico jogaria no 4-3-3 com dois pontas. Eu por exemplo já na minha epoca voltava para marcar e porque não pode fazer isto hoje? Só que você tinha antes o apoio dos laterais e que sabiam cruzar muito bem . Você tinha um Eurico, o Nelinho e o ultimo bom lateral que vi poraqui foi o Paulo Roberto Costa que cruzava muito bem. Hoje tem alas que não sabem cruzar, é questão de fundamento. Isto quem tem de trabalhar é o treinador como o Yustrich fazia, treinando "cavadinhas" e passes longos.


 
 

sábado, 23 de julho de 2011

Encontro Eternizado - KUBALA & DI STEFANO


Na primeira foto os dois craques conversam antes de mais um clássico Barcelona e Real Madri nos anos 60. Na foto abaixo um reencontro em 2001 .

Revista do Dia - Manchete Esportiva 1957


Na capa de 7 de Setembro de 1957 a Manchete Esportiva tr-as o volante do Flamengo Dequinha e o lateral esquerdo do Botafogo Nilton Santos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Craque Disse e eu anotei - TIÃO

Tião é mais um dos contatos que obtive da Associação Craques de Sempre. Liguei pra ele na quinta-feira e já marcamos a entrevista para o dia seguinte na sua Escolinha. Ele é muito simples, simpático, me concedendo uma entrevista relatando muito bem a sua época de jogador, além de também citar as suas mágoas no futebol. Confiram a matéria.

FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: Você nasceu no Espírito Santo.
TIÃO: Sim, nasci no dia 08 de março de 1948. Mas sou bem honesto, conheço bem pouco os meus parentes, pois voltei lá depois de 23 anos, num amistoso que o Corinthians fez contra o Ferroviário.

FTT: Em qual cidade você nasceu e com quantos veio pra São Paulo?
TIÃO: Nasci em Santa Leopoldina. Quando saí de lá, não tinha nem um ano de idade. Fui morar no Itaim Bibi, onde vivi por 17 anos. Por sinal foi um amigo do bairro que me levou para o Corinthians.

FTT: Foi justamente no Itaim Bibi que você teve início no futebol, jogando em clubes pequenos de lá.
TIÃO: Naquela época tinha muitos campos de Várzea. Hoje já não tem mais. Eu cresci em clubes como Esplanada, Marechal e Extra Glorioso. Foi lá que dei os meus primeiros passos. Havia muitos campos e não saíamos deles. Atualmente os computadores tomaram conta da garotada e, infelizmente, pra nós, jogadores de futebol. Isso é uma tristeza

Esplanada do Itaim Bibi - Tião é o primeiro da esquerda


FTT: Na época, se não me engano, você jogava como ponta-direita no Esplanada.
TIÃO: É verdade, tinha 16 anos e com minha rapidez jogava como ponta e meia-direita. Depois, conversando com um treinador que não lembrarei o nome, me colocou como médio-volante, sendo uma posição que gostei pelo meu porte físico e habilidade, me adaptando bem.

FTT: Foi justamente nesta posição que você foi para o Sport Clube Corinthians Paulista. Como foi esta chegada?
TIÃO: Na verdade quando fui ao Corinthians era pra jogar no time de cima em uma peneira com jogadores entre 20 e 22 anos que o professor Teixeira fazia. Foi o meu irmão (que jogava muito bem) e eu. Quando chegamos lá (atrasados), os times já estavam feitos. Fui apresentado ao professor Teixeira, que me indicou para o senhor João Cirino, diretor do Departamento Amador, marcando pra treinar na sexta-feira. Graças a Deus treinei muito bem, começando assim a minha história.
Corinthians 1969 - Em pé a partir da esq: Pedrinho, Dirceu Alves, Ditão, Luis Carlos Galter, Diogo e Miranda. Agachados: Ivair, Buião, (?), Tião e  Suingue.


FTT: Qual é o nome do seu irmão?
TIÃO: O nome dele é Francisco Luiz Silva. No Itaim Bibi ele era conhecido pelo apelido de Cido.

FTT: Na ocasião você passou com o José Castelli, o Rato?
TIÃO: Passei, pegando também um pouco o Cabeção e o Luizinho Pequeno Polegar. Na verdade comecei com o Nena, que foi jogador da Portuguesa de Desportos.

FTT: Como foi a sua estréia nos Profissionais do Corinthians? Acredito que foi em 1968.
TIÃO: Foi em 68 contra o Palmeiras, que estava disputando a Libertadores e fez um jogo enfrentando nós pelo Campeonato Paulista. Nesta partida eles entraram com um time misto, pois eu acho que no domingo enfrentariam o Peñarol. Eu fiquei no banco. Nisso o Rivellino se machucou faltando 25 minutos pra terminar o jogo, quando estava 2 a 2. Entrei, na primeira bola dominei e toquei certo. Daí pra frente minha carreira começou a fluir e, graças à Deus, foi o caminho pra chegar no time de cima do Corinthians.

FTT: Pouco antes, com a camisa 5 de volante, haviam jogado no Corinthians jogadores como Dino Sani, Nair e Édson Cegonha. Você sentiu muita responsabilidade em substituir estes craques?
TIÃO: Quando fui estrear, no vestiário estavam o Dino Sani, o Nair e o Édson, que também jogava como lateral. Todos me deram muita força, desejando boa sorte. Graças à Deus neste dia fiz uma partida muito boa, ficando fácil ter um caminho glorioso no Corinthians.

FTT: O que você tem a dizer do seu grande companheiro, que foi o Roberto Rivellino, com quem jogou de 1968 a 1974, quando ele foi transferido do Corinthians para o Fluminense?
TIÃO: Sou bem honesto e já falei isso por várias vezes, pois pra mim tem dois jogadores que foram extraterrestres, que é o Pelé e o Garrincha. Depois deles, no meu entender, o Rivellino foi o maior jogador que vi jogar, pelo modo que batia na bola e pelas condições que dava para o atacante fazer o gol. Pra mim, não por ter jogado com ele, foi mesmo o maior jogador depois de Pelé e Garrincha.



FTT: Quem foram os grandes jogadores que você enfrentou?
TIÃO: Naquela época era duro porque você só pegava meio-campo de Primeiro Mundo. Peguei Pelé, Clodoaldo, Toninho Guerreiro, Gérson, Pedro Rocha, Jairzinho, Paulo César Caju, Tostão e Dirceu Lopes. A nata do futebol normalmente era no meio-campo. E teve o Ademir da Guia, um camisa 10 comparável a poucos.

FTT: Falando de Ademir da Guia e Palmeiras, teve um jogo que, talvez, tenha sido o mais importante da sua carreira, que foi o famoso 4 a 3 no  dia 25 de abril de 1971, tendo inclusive um gol seu. Qual é a sua recordação desta fantástica partida?
TIÃO: Aonde eu vou, as pessoas na faixa de 55 e 60 anos lembram-se deste gol. Quando se fala Tião, lembram desta virada histórica. Foi um jogo marcante, pois além de fazer o terceiro gol, que foi o do empate depois do Leivinha e ainda dei a bola pro Adãozinho chutar de fora da área. De todos os jogos entre Corinthians e Palmeiras, este é o mais lembrado.
Tião contra Ademir da Guia


FTT: Tião, você que foi um grande volante da história do Corinthians, diga quem foi o jogador que mais te agradou nesta posição?
TIÃO: Pra mim, de todos, foi o Dino Sani. Tinha ele como referência, possuía uma habilidade fantástica, sabia atacar e batia muito bem de fora da área. Tentei me espelhar no Dino.

FTT: Na década de 70 o Corinthians estava muito tempo sem ganhar um título importante. Sei que em 1971 vocês ganharam o Torneio do Povo e a Taça Laudo Natel de 73. Mas não eram torneios que poderiam saciar a vontade desta torcida tão exigente que é a corintiana. Como era a relação dos jogadores com a Fiel Torcida?
TIÃO: Na minha época a torcida corintiana era muito compreensiva. Existem jogos de bastidores e o Corinthians sofreu muito com isso, pois pra Federação era importante o time não ser campeão, porque sempre ficava se dizendo que seria no ano que vem. Íamos muito bem nos clássicos. Na época a torcida não tinha a facilidade que tem hoje, tanto que meu carro nunca foi pichado e riscado, nem tentaram me agredir, então não tenho queixa nenhuma, até porque os torcedores sempre me respeitaram, pois não joguei dois dias, mas nove anos. Atuei em 401 partidas, sendo que alguns dizem que foram umas trezentas e pouco. Foi uma vida. Pra torcida o importante era a vontade, a raça, entrar em campo mostrando gana pra ganhar o jogo. Ela respeita os jogadores antigos por isso. Era um time vibrante, batalhador e por isso nunca teve algum tipo de problema.

FTT: E a final de 1974, Tião? O Corinthians completando 20 anos que não era Campeão Paulista, decidindo o título no dia 22 de dezembro, contra o Palmeiras, 120 mil pessoas no Morumbi, sendo 100 mil corintianos. O que aconteceu naquele dia?
TIÃO: Acho que nosso time não estava preparado. Considero que a diretoria fez algo errado, pois pra ganhar título, tem que sentir o ambiente e estar no caldeirão. Ficamos em Águas de Lindóia de quinze a vinte dias. Não sabíamos o que estava acontecendo em São Paulo. Você tem que viver o momento da decisão, pra memorizar. E o Corinthians não fez isso, ficando fora. Chegamos aqui no sábado a noite, véspera do jogo e vendo aquele reboliço da cidade. Eu acho que o time do Corinthians sentiu. Temos que ser bem honestos, pois a equipe do Palmeiras era tecnicamente melhor. É um jogo que tenho na minha memória até hoje, uma tristeza de como perder um parente e infelizmente não foi naquela vez que o Corinthians chegar.




FTT: Depois você continuou no Parque São Jorge e em 76 foi emprestado ao Coritiba justamente na ocasião  que o Corinthians foi Vice-Campeão Brasileiro, da invasão no Maracanã contra o Fluminense e decidindo um título no Beira-Rio com o Internacional. Essa passagem no Coritiba como foi? Parece que foi por empréstimo.
TIÃO: Foi por empréstimo. O Corinthians no Campeonato Brasileiro fez uma preparação acho que em Caldas Novas (Goiás). Na semana que íamos embarcar, tive uma contratura e não fui. Inclusive, no primeiro jogo, não tinha nem um time certo pra colocar, acho que contra o Fortaleza. Acabei não indo. Quando o Corinthians voltou de Goiás, já senti que meu espaço estava preenchido. Depois que estava melhor, não estava relacionado, pedi pra sair, tive um convite da Portuguesa de Desportos e do Coritiba. Como o Dino Sani, que foi meu treinador no Corinthians, estava em Curitiba, resolvi ir pra lá e nunca tinha saído de São Paulo. Foram meses maravilhosos, o Coritiba tinha um grande time, fez uma campanha bonita, mas o Corinthians e o Internacional tinham equipes superiores, chegando à final.

Tião se tornou um grande idolo da torcida corintiana , a ponto de ter uma bandeira em sua homenagem. Aqui a primeira a esquerda é com Claudio Christovam, a segunda é de Tião e a terceira de Baltazar.


FTT: Depois disso, em fevereiro de 77, você é vendido ao Juventus da Mooca, coincidindo com o início do Campeonato Paulista daquele ano, quando o Corinthians é campeão depois de uma fila de 22 pra 23 anos. Qual foi o seu sentimento com este título, de tristeza por não estar lá ou de alegria pelo Corinthians conquistar algo que você tanto buscou?
TIÃO: Realmente pra mim foi uma tristeza não estar lá e uma alegria por ver o Corinthians saindo da fila, ganhando um título, até porque um dos meus grandes amigos foi o Basílio, que fez o gol, com ele sempre citando nos seus comentários que também marcou para os jogadores que ficaram lá muito tempo e não conseguiram. Eu já não tinha mais condições de ficar no Corinthians, pedi ao Matheus pra me dar o passe, ficando muito chateado porque estava lá há muito tempo e era uma maneira de eu ganhar um pouquinho mais. Ele não quis me dar o passe, dizendo que tinha que me vender. Fui vendido em seis parcelas, parcelei os meus 15% em dez vezes. Foi aí a minha chateação, por ter ficado tanto tempo, dedicando boa parte da minha vida ao Corinthians, merecia um pouco mais de atenção e reconhecimento pelos tantos anos que fiquei lá. Vi os jogadores que jogaram no São Paulo, como o Chicão, recebendo o passe  pra ir ao Atlético Mineiro. Fiquei chateado por isso, mas, agora, quanto ao título, nossa, o Corinthians merecia, uma torcida que aumentava cada vez mais e estava muito triste. É como agora, com a torcida atrás da Libertadores da América, pois acho que quando conseguir uma, conquistará outras, pois a primeira é difícil, porque a pressão que a torcida faz perante o time torna a conquista mais complicada. No hora que os torcedores esquecerem, com o Corinthians disputando seguidamente a Libertadores, acho que ganhará, não tem jeito de não acontecer.
Tião atualmente com recortes de jornais da epoca de jogador.


FTT: Eu comentei que você foi para o Juventus da Mooca, jogando num grande time no final dos anos 70, ao lado de Ataliba, Wilsinho e tantos outros. Qual é a sua recordação desta sua passagem pelo Juventus?
TIÃO: O Juventus fez um grande time, com Ataliba, Geraldão, Wilsinho, Luciano, Cedenir, o goleiro Miguel, Tatá, Xaxá, Deodoro e desculpe por esquecer o nome de algum outro jogador. A equipe fez uma grande campanha, inclusive eliminando o Corinthians, acho que numa fase semifinal, ganhando por 1 a 0 no Morumbi. O time era muito bom, só que é diferente o time que chamamos de pequeno para o grande. Foi uma passagem muito gloriosa pra mim, não desmerecendo o Juventus, mas é a realidade, conheci novos jogadores, nova mentalidade, coisa muito mais difícil com a torcida jogando contra.
O timaço do Juventus - Cedenir, Bracalli, Arnaldo, Tião, Deodoro e Paulinho
Agachados: Ataliba, Luciano, Geraldão, Cesar e Wilsinho.

FTT: Depois do Juventus, foi para o Guarani de Campinas.
TIÃO: Fiquei um ano e meio no Juventus. Fez uma excursão pra Europa, onde o Brida e o Milton eram os treinadores, sendo que quando voltamos da viagem, eles foram para o Guarani, que precisava de um volante e me contrataram. Foi um dos times mais técnicos que joguei, com Zé Carlos e Zenon. Outra tristeza foi não ter acerto financeiro entre os dois clubes, tive que voltar ao Juventus pra disputar o Paulistinha, com o Guarani sendo Campeão Brasileiro.

FTT: E os jogos contra a Ponte Preta, que também tinha um grande time?
TIÃO: Teve um jogo que marcou muito a minha estréia no Guarani, enfrentado o grande time da Ponte Preta, com Dario e Dicá. A partida foi no Brinco de Ouro e ficou no 1 a 1. Teve uma jogada que eu nunca me esqueço, subi com o Dario e ele bateu o cotovelo no meu rosto, que sangrou, sendo que naquela época não tinha esse negócio de sair pra ser atendido, continuei jogando com o algodão na mão e o sangue escorrendo, o que pra torcida do Guarani foi uma coisa extraordinária, fiz uma partida maravilhosa, sendo que o prêmio de uma rádio naquela partida de Campinas era um par de sapatos e ganhei. Pra mim foi muito válido, tenho um respeito muito grande pelo clube, cheguei lá pra ser reserva e no fim era titular, joguei em um time maravilhoso e foi uma nova experiência.

Tião e Mauricio Sabará

FTT: Depois do Guarani, encerrou a carreira. E essa nova passagem no futebol?
TIÃO: Devido ao acordo entre os dois clubes, fiquei muito chateado e nunca mais fui a um campo de futebol, sendo que amo este esporte e jogo até hoje. Mas aquilo me deixou muito magoado. Quando fui ao Juventus da Mooca, eu cheguei para o diretor da época e disse que se aparecesse alguma coisa pra mim, que me vendesse, pois consegui parcelar o meu passe em seis vezes, meus 15% em dez, então era uma ponta que tinha certeza que dava pra ser muito boa, só que infelizmente o clube não me vendeu. Dali só voltei a jogar em 1982, depois de conseguir a quadra aqui, mas passei a ser um mero expectador do futebol.

FTT: Atualmente você é dono de uma Escolinha de Futebol. Como é esta experiência?
TIÃO: Mudei sim, de jogador passei a ser um micro empresário. Deixei de jogar futebol, montei uma quadra de futebol no bairro da Saúde, estou aqui há trinta anos, foi um grande negócio porque consegui investir o pouco que ganhei. Vou me aposentar, daqui pra frente darei aula na Associação Craques de Sempre, que tem um convênio com a Prefeitura, dando aulas pra comunidades carentes, assumi este projeto, pra mim é uma satisfação, adoro trabalhar com crianças que também tem um carinho muito grande por minha pessoa. Estou muito feliz por trabalhar no que gosto, montei algo relacionado ao esporte que é o futebol de salão, continuo trabalhando com a Escolinha, o meio de aprender alguma coisa, hoje consigo passar estes ensinamentos que tive pra esta garotada que está aparecendo agora, porque é tão difícil, vemos tanta crueldade e maldade, tentando passar alguma coisa.


FTT: Por sinal, na Associação Craques de Sempre, já fiz entrevista com o Basílio, Badeco, Ataliba, Wilsinho, Dorval e Gilberto Sorriso, vejo o trabalho de vocês, realmente é muito bacana e parabenizo você, como a todos. O site é www.craquesdesempre.com.br, para as pessoas conhecerem este trabalho muito legal que vocês fazem.
TIÃO: Acho bacana, porque damos aula em lugares que poucos conseguiriam entrar, sendo que, através do futebol, podemos passar algo pra essa garotada ter um pouco de tranquilidade dos ensinamentos que tivemos. Sou bem honesto, dei aula no bairro do Capão Redondo, nunca tinha visto uma arma tão perto como neste trabalho, trabalhei com pessoas que você nem sabe quem eram, mas graças a Deus nunca tive nenhum tipo de problema.

FTT: Sebastião Carlos Silva, mais conhecido como Tião, foi uma satisfação entrevistá-lo, muito obrigado, desejo tudo de bom à você na sua Escolinha e na Associação Craques de Sempre e até breve.
TIÃO: Só tenho a agradecer. Como falei no início, é bom ser homenageado vivo, pois depois de morto vai ser impossível (risos), muitos jogadores que puderem ser lembrados como você está fazendo, lembrando deste pessoal que está esquecido, pois no Brasil o craque antigo não tem tanto valor como na Europa, porque lá eles são reverenciados, sendo que aqui no nosso país você passa a ser ex, está no caminho do fim.

FTT: Por sinal vamos ter uma Copa do Mundo em 2014 aqui no Brasil e pena que muitos não conhecem a história do nosso futebol.

TIÃO: É verdade. Torço para que o seu Blog suba cada vez mais, homenageando muitos outros ex-jogadores, pois eles merecem.


REPORTAGEM: Maurício Sabará Markiewicz.
FOTOS: Estela Mendes Ribeiro.

Encontros Inesqueciveis - Gordon Banks & Paulo Cesar Caju


Foto do inicio dos anos 70 registrando um encontro historico entre o fantastico goleiro ingles Gordon banks e o habilidoso craque brasileiro Paulo Cesar.

Revista do Dia - El Gráfico

A revista argentina El Gráfico publicou em junho de 1973 materia com Roberto Perfumo jogando e fazendo sucesso no time do Cruzeiro.