Para um jogador comum, uma verdadeira insanidade. Para Airton Ferreira da Silva, o "Pavilhão", era "apenas uma jogada comum", como dizia o zagueiro. Airton surgiu para o futebol defendendo as cores do Força e Luz, de Porto Alegre. Na época, um clube de ponta dentro do futebol do Estado. Na metade do ano de 1954, foi cedido ao Grêmio por 50 mil cruzeiros mais o antigo pavilhão social do Estádio da Baixada. Obsoleto para a modernidade de um Estádio Olímpico prestes a ser inaugurado oficialmente, mas grandioso para o acanhado Estádio da Timbaúva, localizado na atual rua Dr. Alcides Cruz, 125. Ali ainda se encontra o saudoso pavilhão. Com a camisa tricolor, Airton foi uma unanimidade.
Um atleta exemplar dentro e fora de campo que lhe rendeu uma série de títulos, convocações para a Seleção Brasileira e diversas homenagens que acontecem até hoje.
No dia 04 de agosto, Airton Ferreira da Silva foi homenageado pelo Grêmio que decidiu celebrar os cinqüenta anos da primeira vez em que o zagueiro vestiu a camisa do Clube. Foi no dia 1º de agosto de 1954 em uma partida válida pelo Campeonato da Cidade que o Grêmio acabou empatando com o Cruzeiro de Porto Alegre no Estádio da Montanha.
Nome: Aírton Ferreira da SilvaNascimento: 31 de outubro de 1934, Porto Alegre (RS)Período no clube: 1954 a 1967Posição: ZagueiroData da homenagem: 21/09/1996
Títulos
1956 a 1960 – Pentacampeão da Cidade e do Estado
1962 a 1967 – Hexacampeão do Estado
1962 – Campeão do Troféu Atenas, Campeão do Troféu Salônica1962 – Campeão Sul-Brasileiro Invicto
1964 – Campeão da Cidade
1965 – Campeão da Cidade
Na Seleção Brasileira:1956 – Campeão Pan-Americano1960 –
Vice-Campeão Pan-Americano 1964 – Vice Campeão da Taça das Nações
Segundo também se conta...Era uma vez 1954, ano de inauguração do Olímpico Monumental. O Estádio da Baixada, antiga casa tricolor, localizado onde hoje é o Parque Moinhos de Vento, havia sido desmanchado. As tábuas da arquibancada estavam disponíveis. Na negociação com o Força e Luz, além de um valor em dinheiro, foi entregue aquele lote de madeira. Este fato valeu ao jogador contratado o apelido de Aírton "Pavilhão".
Em 1967, com 33 anos, tendo vencido 12 campeonatos gaúchos em 13 disputados (marca nunca igualada), com uma distensão na virilha que limitava seus movimentos, Aírton despediu-se do Grêmio, indo atuar no Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre.
Aírton foi um fantástico craque. Um dos mais técnicos zagueiros-centrais de todos os tempos. Talvez o único de sua época que se equivalia era Mauro Ramos de Oliveira. Desarmava os atacantes com categoria, travando grandes duelos com o técnico centroavante Larry, do Internacional.
ResponderExcluirUma jogada muito famosa sua era quando estava na linha de fundo, cercado por algum atacante e devolvia a bola para o goleiro de trivela. Travou também grandes duelos com Pelé.
Pela sua grande classe e técnica, merecia ter ido à uma Copa do Mundo. Mas os técnicos achavam que ele brincava muito. Infelizmente alguns treinadores do passado dispensaram muitos cracaços por esta "visão burra" em relação à categoria dos grandes craques. O Pavilhão é um exemplo disso.
Fez do Grêmio um time difícil de ser batido, acabando com a hegemonia do rival Inter. Apesar dele e Gessy serem dois gênios, o tricolor não era conhecido como uma equipe técnica, mas bem organizada. Ganhou muitos títulos, consagrando ainda mais o futebol de Aírton.
Na maioria das eleições da Seleção Gaúcha de todos os tempos, ele ou Figueroa é escolhido sempre como o maior zagueiro-central gaúcho.
Deixou saudades.
Muito bom o post, adorei o blog!
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