FTT - Futebol de Todos os Tempos

ENTREVISTAS COM EX JOGADORES, TECNICOS, DIRETORES E PESSOAS LIGADAS AO FUTEBOL QUE CONTRIBUIRAM DE ALGUMA FORMA PARA QUE PUDESSEMOS CONHECERMOS UM POUCO MAIS DA HISTORIA DO FUTEBOL BRASILEIRO E MUNDIAL.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Craque da semana - LUIZINHO

LUIZINHO PEQUENO POLEGAR






Ao chegar ao Corinthians em 1949, Luiz Trochillo, ou simplesmente Luizinho – pelos seus 1,64 m, que o transformaram no Pequeno Polegar – não imaginava que se tornaria, talvez, o maior ídolo de todos os tempos do time alvinegro. Foram 606 jogos e 172 gols em 15 anos (em duas passagens).
O motivo para ser amado: gostava de dar espetáculo. Desde que começou no Parque São Jorge, vindo da várzea paulistana, chamava a atenção dos torcedores. Era o clássico meia-direita. Era atração nas partidas dos aspirantes, que fazia muitos torcedores chegarem mais cedo ao Estádio do Pacaembu para vê-lo jogando.
Assim foi até 1960, titular absoluto. Foi para o Juventus, emprestado, voltou em 1964 e encerrou a carreira três anos depois. Sua maior glória é ter feito o gol do 1 a 1 com o Palmeiras na partida final do Campeonato Paulista de 1954, que garantiu ao Corinthians o título do IV Centenário. Foi homenageado em vida com um busto no clube, que está lá até hoje.
Era conhecido como carrasco do clássico contra o Palmeiras, marcando 21 gols nos clássicos contra eles.




Um jogador que levou a torcida dos adversários à loucura e a do Corinthians ao delírio. Tecnicamente era um atacante endiabrado, que driblava com incrível facilidade, ia ao fundo do campo com velocidade e ainda fazia gols de cabeça, subindo mais do que altos zagueiros, embora fosse baixinho e frágil fisicamente. Era ao mesmo tempo irreverente e abusado. Chegou mesmo a driblar adversários e depois sentar na bola, para provocar a torcida. Se o rótulo já fosse utilizado naquela época, certamente teria entrado na história como o primeiro "bad boy" da história do futebol brasileiro. A torcida corinthiana deu-lhe o apelido de "O Pequeno Polegar" e simplesmente o adorava. Seguramente é o maior ídolo da história do clube, acima de qualquer outro, pelo menos na opinião da esmagadora maioria dos torcedores com mais de 55 anos.Luizinho era um verdadeiro semideus. Fez 589 jogos com a camisa do Corinthians e assinalou 172 gols. Esteve de 1961 a 1964 no Juventus e depois retornou ao Corinthians para encerrar sua carreira. Embora estivesse em grande forma, não foi convocado por Zezé Moreira para disputar o Mundial de 1954, o que provocou muitos protestos de toda a torcida. Jogou na seleção de 1955 a 1957, fazendo 11 partidas, das quais perdeu apenas uma, contra a Argentina, em 1957, exatamente aquela em que Pelé estreou, sob o comando do técnico Silvio Pirilo. Pela seleção brasileira Luizinho fez apenas um gol, o da vitória de 1x0 sobre a Argentina em 1956.
"Se vendê-lo, a torcida me mata e incendeia o Parque São Jorge". Com essa declaração, o então presidente do Corinthians, Alfredo Ignácio Trindade, explicou a decisão de não ceder um certo ponta-esquerda do elenco ao Atlético de Madrid por 1 milhão de dólares em meados dos anos 50. Mais do que isso, o dirigente demonstrou com todas as letras que nenhum valor, astronômico para a época, tiraria o prazer da torcida do Timão em se divertir com os espetáculos do pequeno Luizinho.


O fato é que Luiz Trochillo, o "Pequeno Polegar" do Corinthians, teve o seu valor reconhecido ainda em vida, quando ganhou um busto no Parque São Jorge. A homenagem, semelhante apenas à conferida ao centroavante Neco, poderia ter vários motivos: os 589 jogos com a camisa do Alvinegro, recorde só superado nos anos 90 pelo goleiro Ronaldo; ter feito o gol que deu o título do Campeonato do 4º Centenário ao Corinthians, contra o Palmeiras e ter encantado toda a legião corintiana com seus dribles e lances magistrais, fazendo de sua baixa estatura o seu maior trunfo contra os oponentes do Timão.





FICHA TÉCNICA (Corinthians)Nome: Luiz TrochilloNascimento / local: 07/03/1930 - São Paulo - SPFalecimento:17/01/1998Período em que jogou no Corinthians: 17 anos (de 1948 à 1960 e de 1964 à 1967)Jogos: 605Gols: 172Média: 0,28 gol/jogoTítulos: 3 Campeonato Paulista (1951, 52 e 54) e 3 Torneios Rio-São Paulo (1950, 53 e 54)

5 comentários:

  1. Luizinho, o Pequeno Polegar, foi talvez o maior jogador da história do Corinthians. Para as gerações mais novas isso é lido com espanto, devido à popularidade, futebol e projeção internacional de Rivellino. Mas a passagem de Luíz Trujillo pelo time do Parque São Jorge é mais importante do que possa se imaginar.
    Desde pequeno já fugia de casa para assistir treinos do Corinthians, para ver seus ídolos (Teleco e Servílio) em ação.
    Seu pai havia fundado o time do Cachoeira F.C. Pouco depois era convidado para fazer parte do time do Maria Zélia, que fazia parte de uma fábrica no bairro de Belém, Zona Leste de São Paulo. Esta equipe de garotos era muito forte. Vieram depois convites de todos os grandes de São Paulo. O time venceu a todos. Só faltava enfrentar o Corinthians. A partida foi no Parque São Jorge, no ano de 1944. Mesmo com o estádio lotado, o time do Maria Zélia não se intimidou e venceu. O presidente Alfredo Ignácio Trindade contratou a todos. Luizinho fazia parte e, como corintiano, obviamente que não recusou o convite.
    No Corinthians, ganhou em todas as categorias que participou (infantis, juvenis e aspirantes). Formou com Colombo uma ala-esquerda da qual era tão entrosada, que acabava levando muita gente mais cedo aos estádios nas preliminares, como aconteceu anos depois com Rivellino.
    Luizinho, como seus companheiros, acabou subindo pro time principal. No Rio-São Paulo de 1950, foi proposto à ele que jogasse na meia-direita ao lado de Cláudio. O meia canhoto aceitou, formando assim a melhor ala-direita do Brasil. Os dois baixinhos entenderam-se de tal maneira, que quando atuavam juntos, eram praticamente imarcáveis. Criaram a tabelinha, jogada esta muito utilizada posteriormente por Larry e Bodinho e Pelé e Coutinho. Não demorou para que viesse o primeiro resultado positivo, que foi conquista do primeiro Rio-São Paulo, em 50.
    Luizinho destava-se por ser um formidável driblador, aplicando históricos bailes em seus marcadores, como Luiz Villa do Palmeiras. Também armava bem tanto pela direita como pela esquerda, vindo com a bola dominada, além de ser excelente cabeceador, mesmo com apenas 1,64m de altura.
    Em 1951, atuando no ataque dos 103 gols, o primeiro da era profissional a superar os 100 gols, sagrou-se Campeão Paulista pelo Corinthians após 10 anos de espera.
    No ano seguinte, foi Bi.
    Em 1953 conquistou a Pequena Copa do Mundo (uma espécie de Mundial), vencendo todos os jogos. Foi eleito o melhor jogador da competição, à frente do grande Kubala, do Barcelona.

    ResponderExcluir
  2. Mesmo sendo considerado um dos grandes craques brasileiros, conquistando inclusive um Bi no Rio-São Paulo (1953/54), não foi convocado pra Copa de 54. Neste mesmo ano sagrou-se campeão do campeonato do IV Centenário da cidade de São Paulo, onde além de ter feito o gol do título, foi considerado o melhor da competição.
    Depois de tantos motivos, tinha que ser convocado pra Seleção Brasileira. Em 1955 foi chamado. No ano de 56, fez duas inesquecíveis apresentações. A primeira marcou um gol contra a Argentina, depois de dez anos que as duas Seleções não jogavam. E a segunda, em inesquecível partida contra a Tchecoslováquia, atuou ao lado de um dos seus ídolos, o Mestre Zizinho, em que ambos fizeram misérias em campo, chegando ao ponto de fazerem oito passes sobre a cabeça de um zagueiro altão.
    No ano de 1957, em grande fase, voltou a ser convocado. Participou das duas primeiras partidas de Pelé pela Seleção Brasileira. No segundo jogo, foi considerado o melhor em campo, após um baile no volante Nestor Rossi, vencendo, assim, a Copa Rocca.
    Era presença certa no Mundial de 1958. Mas o técnico Vicente Feola optou em levar Moacir pra reserva de Didi. Terminava então o sonho de Luizinho de disputar uma Copa do Mundo. Mesmo sabendo da consagração de Pelé, o Pequeno Polegar merecia mais pela Seleção Brasileira.
    Em 1961 foi vendido ao Juventus da Mooca. Ele sentiu-se injustiçado, mas foi lá cumprir o seu papel. Voltou em 64, mas já estava pronto pra encerrar a carreira.
    Passou a trabalhar como treinador, sendo inclusive campeão da primeira Taça São Paulo de Futebol Juniores, em 1969. E chegou a treinar algumas vezes a equipe principal.
    Em 1993 realizou uma inesquecível entrevista para o programa Grandes Momentos do Esporte. Desabafou muito, pois se sentia esquecido.
    No ano seguinte, ganhou um merecido busto no Parque São Jorge.
    Em 1996 participou de uma partida em que Edmundo estreava no Corinthians. Jogou alguns minutos e entregou a camisa 8 que tanto honrou para o Bad Boy.
    Faleceu em 1998, deixando órfãos uma grande legião de fãs do seu inesquecível futebol.

    ResponderExcluir
  3. Mauricio,

    Luizinho está eternizado nos corações corintianos. Seus comentarios sobre o Pequeno Polegar reforçam ainda mais a importancia deste excelente jogador na historia do Corinthians.

    ResponderExcluir
  4. Merecia muitas homenagens do Timão. O Luisinho é um patrimonio do Clube!!

    ResponderExcluir
  5. Ótimos e oportunos depoimentos . Quando passou para o Juventus 1961-1962 , passei a acompanhar o Moleque travesso na Javari por sua causa. Também entendo como o Maior ídolo da história do Corinthians .

    ResponderExcluir