FTT - Futebol de Todos os Tempos

ENTREVISTAS COM EX JOGADORES, TECNICOS, DIRETORES E PESSOAS LIGADAS AO FUTEBOL QUE CONTRIBUIRAM DE ALGUMA FORMA PARA QUE PUDESSEMOS CONHECERMOS UM POUCO MAIS DA HISTORIA DO FUTEBOL BRASILEIRO E MUNDIAL.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Craque da Semana - ZÉ DO MONTE





ZÉ DO MONTE - RAÇA E AMOR AO ATLÉTICO




José do Monte Furtado Sobrinho foi o símbolo da garra do Atlético Mineiro. Era um guerreiro apaixonado pelo clube atleticano. Em jogo contra o Cruzeiro, seus supercílios abriram duas vezes. Levaram oito pontos e, como um leão ferido, voltou ao campo para se tornar um herói. Zé do Monte comandou o Atlético na mais gloriosa época da história do clube. Foi assim que começou a carreira de um gênio da raça: Zé do Monte, o incomparável centro médio , não era um artista, não era um goleador ou driblador. Sabia conduzir a bola, mas não foi exatamente por sua classe que se transformou no monstro sagrado da torcida, que lhe dedicava uma adoração igual à do povo de Itabirito. Foi, sim, por sua gana pela vitória, por seu indomável espírito de vencedor.É verdade que os primeiros tempos foram difíceis. Tudo mudou em 1945, quando o treinador Felix Magno chegou ao Atlético Mineiro. Durante um treino, mandou Zé do Monte vestir a camisa dos titulares. Ele tinha dezoito anos e nunca mais saiu do time. Durante dez anos, sem parar, Zé do Monte suou, manchou de sangue, rasgou e enlameou aquela camisa branca e preta, para se tornar o ídolo dos rapazes, e o galã irresistível das mocinhas. Em 1947, a torcida elegeu o Atlético de todos os tempos: Kafunga. Murilo e Ramos. Mexicano. Zé do Monte e Afonso. Lucas. Lauro. Carlyle. Alvinho e Nivio. No ano seguinte, perdeu o titulo para o América. Na decisão, o desespero tomou conta de Zé do Monte. Ele Jogou os minutos finais com as lágrimas rolando pelo rosto. Era o amargor de uma derrota que ele não esperava. Correu, lutou, discutiu, mas tudo foi inútil. Amparado por companheiros e torcedores, saiu de campo chorando. Chegou em casa chorando. Dormiu chorando. Era capitão da equipe e respeitado por todos. Elegeu-se vereador. Mas, como não gostava de política, aceitou um rendoso emprego que lhe foi oferecido pelo governador de Minas, Juscelino Kubitschek. Abandonou o futebol aos 27 anos , com os meniscos do joelho direito arrebentados. Na sua fria determinação de parar, terminava uma carreira inigualável e se iniciava a lenda do maior gênio da raça que futebol mineiro conheceu. Foi campeão mineiro dos anos de 1946/47. 1949/50. 1952/53/54/55. Zé do Monte disputou 443 partidas com a camisa do Atlético Mineiro e marcou 26 gols.






Durante dez anos, Zé do Monte foi um dos principais responsáveis pelas glórias do Galo, tornando-se o grande ídolo dos torcedores alvinegros de sua época. Capitão do time, Zé do Monte foi destituído de seu posto em 1953, numa excursão ao Pará. Proibido de tomar cerveja pelo então técnico Yustrich, que também ameçava agredir o ponta-direita Lucas, Zé do Monte revolveu tomar providências. Ele, Lucas e Afonso procuraram o Presidente do Atlético e conseguiram a demissão do técnico.



No auge de seu futebol, foi assediado por vários clubes, porém declarava a todos: "Meu futebol é só para o Atlético." Dono de um futebol ritmado, mostrava-se preciso nos lançamentos e criativo no meio-campo, usando a cabeça e os pés com igual eficiência. Participou da vitoriosa excursão à Europa em 1950.


TIME DO ATLETICO QUE EXCURSIONOU A EUROPA COM ZÉ DO MONTE SENDO O PRIMEIRO A PARTIR DA ESQUERDA
Após sua chegada da Excursão à Europa e famoso por toda a Belo Horizonte, Zé do Monte elegeu-se vereador na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Mas sua carreira durou pouco tempo. Não gostava de política e deu-se por satisfeito quando, o então Governador do Estado, Juscelino Kubitscheck, o contemplou com um grande cargo público. Contundiu o joelho durante uma pescaria, sua atividade favorita fora dos campos. Com os meniscos do joelho direito arrebentados, preferiu não operar e encerrou cedo sua carreira como jogador, aos 28 anos de idade, tornando-se arquiteto. Dizia-se que Zé do Monte admitia qualquer coisa - jogar sangrando, correr do começo ao fim de uma partida - exceto ser anestesiado. Há boatos que em 1957, o ex-jogador chegou a ser internado, preparando-se para a cirurgia. Mas resolveu ir embora do local. Neste momento, em sua fria determinação de parar, terminava uma carreira inigualável e se iniciava a lenda de um dos maiores gênios de raça que o Brasil conheceu. Faleceu na cidade de São Paulo em 27 de junho de 1990, de ataque cardíaco.

































Ficha Técnica
Nome: José do Monte Furtado Sobrinho

Posição: Meio-Campo Data de Nascimento: 03 de Agosto de 1927

Naturalidade: Abaeté-Mg
Data de Falecimento: 27 de Junho de 1990



TITULOS:
Campeonato mineiro 1946 - 47 - 49 - 50 - 52 - 53 - 54 - 55

Nenhum comentário:

Postar um comentário