Desde 1950, muitos jogadores foram aplaudidos no Maracanã. Outros tantos foram vaiados. Mas qual foi a maior vaia da história do estádio mais tradicional do país? Ela ocorreu há exatos 50 anos. Em 13 de maio de 1959, a seleção brasileira entrou em campo pela primeira vez no país depois da conquista de seu primeiro título mundial, no ano anterior. Oito campeões na Suécia foram escalados por Vicente Feola para enfrentar a Inglaterra em um Maracanã superlotado.
Duas ausências eram Vavá (que havia trocado o Vasco pelo Atlético de Madri) e Zagallo. Mas uma em especial desagradou a imensa maioria dos mais de 130 mil torcedores presentes. Feola optou por deixar Garrincha na reserva, escalando Julinho Botelho na ponta-direita.
Titular e um dos destaques do Brasil na Copa de 54, Julinho não foi ao Mundial disputado quatro anos depois por atuar na Fiorentina, onde brilhou intensamente e até hoje é lembrado .
Duas ausências eram Vavá (que havia trocado o Vasco pelo Atlético de Madri) e Zagallo. Mas uma em especial desagradou a imensa maioria dos mais de 130 mil torcedores presentes. Feola optou por deixar Garrincha na reserva, escalando Julinho Botelho na ponta-direita.
Titular e um dos destaques do Brasil na Copa de 54, Julinho não foi ao Mundial disputado quatro anos depois por atuar na Fiorentina, onde brilhou intensamente e até hoje é lembrado .
Mas quase um ano depois da Copa, Julinho estava de volta ao Brasil – vestindo a camisa do Palmeiras. Feola decidiu escalá-lo contra a Inglaterra, deixando Mané no banco. Ao entrar em campo, após seu nome ter sido anunciado pelo locutor do estádio, o titular foi impediosamente vaiado. ‘Irmão mais velho’ de Garrincha, Nilton Santos teria dado força ao titular: “Vai lá e faz eles engolirem essa vaia”.
E foi o que o camisa 7 fez. E rapidamente. Precisou de apenas dois minutos e meio para operar o milagre de transformar vaias em aplausos. O ponta arrancou pela direita e abriu o placar para o Brasil. Na comemoração, liberou a raiva até então contida. E Julinho não se contentou com isso. Fez uma apresentação brilhante e deu o passe para Henrique marcar o segundo gol brasileiro, aos 28 minutos. Final: Brasil 2 x 0. Mais uma vitória da seleção. E um triunfo especial de um craque do futebol.
Perguntado pelos jornalistas sobre sua exibição de gala, Julinho respondeu:
“De que maneira poderia replicar às vaias? Confesso que fiquei estupefato com os apupos. Natural que preferissem Garrincha. Vaiar-me porquê? O público esquece depressa, de certo já não se lembrava de mim. Pois tudo que fiz contra os ingleses foi reavivar a memória do público. De resto, tudo bem: o público acabou fazendo as pazes comigo” – disse.
E foi o que o camisa 7 fez. E rapidamente. Precisou de apenas dois minutos e meio para operar o milagre de transformar vaias em aplausos. O ponta arrancou pela direita e abriu o placar para o Brasil. Na comemoração, liberou a raiva até então contida. E Julinho não se contentou com isso. Fez uma apresentação brilhante e deu o passe para Henrique marcar o segundo gol brasileiro, aos 28 minutos. Final: Brasil 2 x 0. Mais uma vitória da seleção. E um triunfo especial de um craque do futebol.
Perguntado pelos jornalistas sobre sua exibição de gala, Julinho respondeu:
“De que maneira poderia replicar às vaias? Confesso que fiquei estupefato com os apupos. Natural que preferissem Garrincha. Vaiar-me porquê? O público esquece depressa, de certo já não se lembrava de mim. Pois tudo que fiz contra os ingleses foi reavivar a memória do público. De resto, tudo bem: o público acabou fazendo as pazes comigo” – disse.
A atitude da torcida carioca no início da partda foi horrorosa. Mas após a exibição de gala do vaiado, agiu de forma muito nobre, aplaudindo-o, mostrando também saber reconhecer o seu erro.
ResponderExcluirO futebol é muito injusto. As pessoas tem memória curta, ainda mais nesta época em que a televisão não tinha o mesmo potencial dos dias atuais.
Julinho Botelho era um dos melhores pontas do mundo. Teve fantásticas atuações pelo time da Portuguesa, Seleção Paulista e Brasileira, além de grandes apresentações pela Fiorentina da Itália. Vicente Feola quis convocá-lo para a Copa do Mundo de 1958, mas Julinho, numa atitude de cavalheiro, negou o pedido, alegando que os convocados deveriam ser jogadores que atuavam no Brasil. Garrincha foi em seu lugar, se consagrando no futebol.
Em 1958 recebeu uma proposta do Corinthians. Mas o técnico Oswaldo Brandão, que já estava no Palmeiras e era seu amigo pessoal convenceu-o a ir para o outro Parque.
A sua atuação neste jogo no Maracanã foi uma das mais fantásticas da história do estádio. Tinha um futebol que não devia muito ao de Garrincha. Um detalhe importante foi que Canhoteiro realizou nesta partida (a sua última) sua melhor exibição pela Seleção Brasileira. Mas devido aos fatos, Julinho acabou sendo mais reparado, entrando definitivamente para a história com esta exibição de gala.
Julinho Botelho é considerado por muitos, o maior ponta direita da história do futebol depois de Garrincha.
ResponderExcluirEssa é a diferença de um verdadeiro craque. Sem mostrar nenhum abatimento, logo em sua primeira participação na partida, Julinho fez o suficiente para transformar em aplausos as injustas vaias recebidas. A sua resposta dentro do campo foi de uma classe invejável de quem conhece e sabe fazer. Diante de um episódio memorável como este, o saudosismo é inevitável!
A atitude e o companheirismo de Nilton Santos me emociona...me orgulho de ter como ídolo o melhor lateral esquerdo de todos os tempos.
É verdade Neide.
ResponderExcluirNilton disse a Julinho:“Vai lá e faz eles engolirem essa vaia”.
Um apoio destes de um jogador da qualidade de Nilton Santos tão acostumado a jogar no Maracanã encoraja qualquer um.
Bela atitude da Enciclopedia do Futebol