Hoje, quando acompanho o sucesso das seleções que faziam parte da ex-Iugoslávia, fico me perguntando: “Como seria, então, uma única seleção formada com craques da Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia?” Essa seleção existiu, e como Iugoslávia recebeu o apelido de “brasileiros do leste europeu”. Falar de Iugoslávia, sem citar história política, é praticamente impossível. Por isso, um pouco de sua história . A primeira união entre os eslavos do sul aconteceu após a Primeira Guerra Mundial, quando foi fundado o Reino de Sérvios, Croatas e Eslovenos. Depois o Rei Alexandre I mudaria o nome para Reino da Iugoslávia. Anos se passaram, e com a Segunda Guerra, italianos e alemães invadiram a Iugoslávia, impondo o regime nazista e perseguindo várias etnias da região. Então, o primeiro ministro Tito formou um bravo exército socialista, que heroicamente resistiu à invasão. Em 1953, Tito fundou a República Socialista Federativa da Iugoslávia, formada por seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Para resumir o sistema político-étnico da Iugoslávia de Tito, usava-se a seguinte frase: “Seis repúblicas, cinco etnias, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um Partido”.Com a morte de Tito, em 1980, começaria a surgir um forte sentimento de nacionalismo entre os grupos étnicos que compunham a Iugoslávia. Ao mesmo tempo em que o regime comunista se enfraquecia consideravelmente, culminando com o fim da URSS e também com a queda do muro do Berlim, na Iugoslávia ocorria os já esperados movimentos separatistas entre os eslavos do Sul. Croácia, Eslovênia e Macedônia declarariam independência em 1991. A Bósnia-Herzegovina tentaria tomar o mesmo caminho, mas o presidente iugoslavo Milosevic se recusava a aceitar. Por isso, ocorreria uma guerra civil sangrenta, após a Bósnia-Herzegovina conseguir sua independência em 1992. Nesse caos, sobraria da Iugoslávia, apenas as repúblicas de Sérvia e Montenegro. No ano de 2003, foi fundada a União de Sérvia e Montenegro, e em Junho de 2006, Montenegro e Sérvia, enfim, separaram-se e tornaram-se países independentes. A região de Kosovo, até hoje, tenta se separar da Sérvia.
IUGOLAVIA 1X1 BRASIL - Copa do Mundo 1954
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sábado, 26 de junho de 2010
Esquadrão Inesquecivel - VASCO 1948
Na música que virou símbolo da torcida cruzmaltina nos estádios desde o ano passado é possível entender um pouco da história do clube: "Vou torcer pro Vasco ser Campeão, São Januário, meu caldeirão... Vasco, tua glória é tua história, é relembrar o Expresso da Vitória". O citado "Expresso da Vitória", time que entre 1945 e 1952 ganhou dezenas de títulos, foi o responsável por uma das conquistas mais importantes da história da Colina . Entre tantos titulos um porem se sobressai, o de campeão Sulamericano de 1948.
A competição, disputada no Chile, foi a primeira conquista pelo futebol brasileiro no exterior. Incluindo a seleção brasileira. O Vasco foi campeão invicto com quatro vitórias e dois empates
O Vasco como campeão carioca de 1947 foi convidado para participar do torneio dos campeões sul-americanos.
O principe Danilo Alvin comandando o meio campo.
O técnico Flávio Costa escolheu, então, Lelé para entrar no time. O atacante terminou a competição com três gols. Na terceira partida, outra goleada cruzmaltina: 4 a 0 sobre o Municipal, do Peru. Os gols foram marcados por Lelé, Friaça (2) e Ismael.
De mero participante, o Vasco passou a ser visto como um time que disputaria o título. Após três partidas, o time dividia a liderança com o River Plate. O quarto jogo foi difícil. Vitória de 1 a 0 sobre o Emelec, do Equador, com um gol de Ismael no segundo tempo.
Aliás, a boa preparação física daquele time foi fundamental para o título. Dono do melhor ataque da competição, o Vasco fez nove dos seus 12 gols no segundo tempo.
Com um tropeço do River Plate contra o Nacional, do Uruguai, o Vasco passou a depender apenas de si para ser campeão. E enfrentando mais de 50 mil torcedores empatou com o anfitrião Colo Colo por 1 a 1. O gol vascaíno foi feito por Friaça. O jogo decisivo seria na última rodada, contra o River Plate. Um empate garantia a conquista.
O rival era chamado de "La Maquina" por ter conquistado cinco vezes o título argentino na década de 40. Alfredo Di Stéfano era visto como um dos melhores jogadores do mundo na época e havia marcado 27 gols no último campeonato nacional.
O Vasco jogou com a camisa preta com faixa diagonal branca e calções brancos. O técnico Flávio Costa resolveu barrar para a final o zagueiro argentino Rafagnelli, até então titular absoluto. O caso nunca ficou bem esclarecido. Anos mais tarde, Flávio Costa disse que na véspera da partida não sentiu confiança no jogador.
O jogo ganhou um ar dramático quando o zagueiro Wilson, destaque do time com a marcação em cima do craque Di Stéfano, deixou o gramado contundido. Além disso, o atacante Chico, um dos melhores da equipe, foi expulso após uma confusão no gramado. Aos 42 minutos do segundo tempo, Di Stéfano acertou um chute no travessão de Barbosa. A sorte estava do lado dos campeões. Fim de jogo, e o Vasco era o primeiro clube a conquistar um título sul-americano.
VASCO 4 x 1 NACIONAL-URU
VASCO 0 x 0 RIVER PLATE-ARG
A competição, disputada no Chile, foi a primeira conquista pelo futebol brasileiro no exterior. Incluindo a seleção brasileira. O Vasco foi campeão invicto com quatro vitórias e dois empates
O Vasco como campeão carioca de 1947 foi convidado para participar do torneio dos campeões sul-americanos.
Agachados: Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico.
O que foi o Torneio?
O campeonato Sulamericano de Clubes foi um Torneio organizado em uma única edição pelo Colo Colo da cidade de Santiago, Chile. Deste Torneio (o primeiro que reuniu os principais clubes do continente), realizado na cidade de Santiago, participaram um total de 07 equipes. Teve início em 11 de fevereiro e término no dia 17 de março com um total de 21 jogos e média de 3,61 gols por partida. O "Expresso da Vitória" (como era chamada a equipe do Vasco) levou o campeonato de forma invicta. Com base nessa conquista, O Vasco da Gama pediu à Confederação Sul-Americana a sua inclusão na Supercopa dos Campeões da Libertadores. A reinvindicação foi atendida e o título reconhecido.ParticipantesColo Colo (Santiago/Chile) - campeão nacional de 1947Vasco da Gama (Rio de Janeiro/Brasil) - campeão carioca de 1947River Plate (Buenos Aires/Argentina) - campeão nacional de 1947Nacional (Montevidédo/Uruguai) - campeão nacional de 1947Litoral (La Paz/Bolivia) - campeão boliviano de 1947Municipal (Peru) - vice-campeão nacional de 1947Emelec (Equador) - convidado por se tratar do melhor clube do Equador
Os favoritos eram o River Plate, chamada de "La Maquina" e o Nacional que tinha em seu avante, Atílio Garcia, um dos melhores jogadores do mundo.O Vasco viajou com 18 jogadores para disputar a competição: Barbosa, Barcheta, Augusto, Wilson, Rafagnelli, Ely, Danilo, Jorge, Moacir, Djalma, Nestor, Maneca, Ademir, Dimas, Lelé, Friaça, Ismael e Chico. Apenas um atleta não entrou em campo durante o Sul-Americano: o meia Moacir, que na época tinha 23 anos. A força daquele time poderia ser comprovada pouco tempo depois. Seis jogadores que conquistaram o título de 1948 foram titulares da seleção brasileira na Copa de 1950.
O Vasco estreou no dia 14 de fevereiro contra o Litoral, da Bolívia. O jogo foi mais difícil do que o esperado. E a vitória veio graças à inspiração de Lelé, que fez os dois gols do triunfo de 2 a 1. No jogo seguinte, o Expresso da Vitória encararia um dos favoritos ao título: o Nacional, do Uruguai. Mas o Vasco fez a melhor partida na competição e não deu chance ao rival. Uma goleada de 4 a 1, com gols de Ademir, Friaça, Danilo e Maneca. Mas a vitória nem foi comemorada. O atacante Ademir de Menezes sofreu uma fratura no tornozelo direito durante o jogo e estava fora da competição. O Vasco perdia seu o principal jogador.
Os favoritos eram o River Plate, chamada de "La Maquina" e o Nacional que tinha em seu avante, Atílio Garcia, um dos melhores jogadores do mundo.O Vasco viajou com 18 jogadores para disputar a competição: Barbosa, Barcheta, Augusto, Wilson, Rafagnelli, Ely, Danilo, Jorge, Moacir, Djalma, Nestor, Maneca, Ademir, Dimas, Lelé, Friaça, Ismael e Chico. Apenas um atleta não entrou em campo durante o Sul-Americano: o meia Moacir, que na época tinha 23 anos. A força daquele time poderia ser comprovada pouco tempo depois. Seis jogadores que conquistaram o título de 1948 foram titulares da seleção brasileira na Copa de 1950.
O Vasco estreou no dia 14 de fevereiro contra o Litoral, da Bolívia. O jogo foi mais difícil do que o esperado. E a vitória veio graças à inspiração de Lelé, que fez os dois gols do triunfo de 2 a 1. No jogo seguinte, o Expresso da Vitória encararia um dos favoritos ao título: o Nacional, do Uruguai. Mas o Vasco fez a melhor partida na competição e não deu chance ao rival. Uma goleada de 4 a 1, com gols de Ademir, Friaça, Danilo e Maneca. Mas a vitória nem foi comemorada. O atacante Ademir de Menezes sofreu uma fratura no tornozelo direito durante o jogo e estava fora da competição. O Vasco perdia seu o principal jogador.
de fora da partida final contra o River.
O principe Danilo Alvin comandando o meio campo.
O técnico Flávio Costa escolheu, então, Lelé para entrar no time. O atacante terminou a competição com três gols. Na terceira partida, outra goleada cruzmaltina: 4 a 0 sobre o Municipal, do Peru. Os gols foram marcados por Lelé, Friaça (2) e Ismael.
De mero participante, o Vasco passou a ser visto como um time que disputaria o título. Após três partidas, o time dividia a liderança com o River Plate. O quarto jogo foi difícil. Vitória de 1 a 0 sobre o Emelec, do Equador, com um gol de Ismael no segundo tempo.
Aliás, a boa preparação física daquele time foi fundamental para o título. Dono do melhor ataque da competição, o Vasco fez nove dos seus 12 gols no segundo tempo.
Com um tropeço do River Plate contra o Nacional, do Uruguai, o Vasco passou a depender apenas de si para ser campeão. E enfrentando mais de 50 mil torcedores empatou com o anfitrião Colo Colo por 1 a 1. O gol vascaíno foi feito por Friaça. O jogo decisivo seria na última rodada, contra o River Plate. Um empate garantia a conquista.
O rival era chamado de "La Maquina" por ter conquistado cinco vezes o título argentino na década de 40. Alfredo Di Stéfano era visto como um dos melhores jogadores do mundo na época e havia marcado 27 gols no último campeonato nacional.
O Vasco jogou com a camisa preta com faixa diagonal branca e calções brancos. O técnico Flávio Costa resolveu barrar para a final o zagueiro argentino Rafagnelli, até então titular absoluto. O caso nunca ficou bem esclarecido. Anos mais tarde, Flávio Costa disse que na véspera da partida não sentiu confiança no jogador.
O jogo ganhou um ar dramático quando o zagueiro Wilson, destaque do time com a marcação em cima do craque Di Stéfano, deixou o gramado contundido. Além disso, o atacante Chico, um dos melhores da equipe, foi expulso após uma confusão no gramado. Aos 42 minutos do segundo tempo, Di Stéfano acertou um chute no travessão de Barbosa. A sorte estava do lado dos campeões. Fim de jogo, e o Vasco era o primeiro clube a conquistar um título sul-americano.
As fichas das partidas
VASCO 2 x 1 LITORAL-BOL
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 14/02/1948
Árbitro: Carlos Lesson (CHI)
Gols: Lelé (2); SandovalCartão vermelho: Ismael (V)
VASCO: Barbosa, Augusto (Rafagnelli) e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Friaça, Maneca (Ismael), Dimas (Djalma), Lelé e Chico.
LITORAL: Gafure (Millan), Arraz e Bustamante; Vargas, Valencia e Ibanez; Sandoval, Rodriguez, Caparelli, Gutierrez e Orgaz.
Gol de Friaça contra o Nacional.
VASCO 4 x 1 NACIONAL-URU
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 18/02/1948
Árbitro: Higino Madrid (CHI)
Gols: Ademir, Maneca, Danilo e Friaça; Wálter Gómez
VASCO: Barbosa, Wilson e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir (Ismael) e Chico.
NACIONAL: Paz, Raul Pini e Tejera; Gambetta (Talba), Rodolfo Pini e Cajiga; Castro, Wálter Gómez, Marin, José Garcia e Orlandi.
VASCO 4 x 0 MUNICIPAL-PER
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 25/02/1948 Árbitro: Julio White (CHI)
Gols: Lelé, Friaça (2) e Ismael
VASCO: Barbosa (Barcheta 37'/2ºT), Wilson e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Dimas 28'/2ºT), Friaça, Lelé (Ismael, intervalo) e Chico.
MUNICIPAL: Suárez, Cavadas e Perales; Colunga, Castillo e Cellis (Ruiz 18'/2ºT); Mola (Navarrete 38'/2ºT), Mosquera (López 14'/2ºT), Drago, Guzman e Torres.
VASCO 1 x 0 EMELEC-EQU
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 29/02/1948Árbitro: Higino Madri (CHI)
Gol: Ismael
VASCO: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Dimas), Friaça, Lelé (Ismael) e Chico (Nestor).
EMELEC: Arias, Zurita e Enriquez; Mendonza I, Alvarez e Ortiz (Riveros); Fernandez, Jiménez, Alcibar, Yepes e Mendonza II.
VASCO 1 x 1 COLO COLO-CHI
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 07/03/1948 Árbitro: Carlos Paredes (BOL)
Gols: Farias; Friaça
VASCO: Barbosa, Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé) (Maneca), Friaça, Ismael e Chico (Nestor).
COLO COLO: Fernandes, Fuerzalida (Urroz) e Pino; Machuca, Miranda e Muñoz; Castro (Clavero), Farias, Infante (Lorca), Varela e López. * Obs.: O regulamento permitia que um jogador substituído voltasse a campo.
Barbosa garantiu o 0x0 contra o River.
VASCO 0 x 0 RIVER PLATE-ARG
Estádio: Nacional, em Santiago, no Chile
Data: 14/03/1948
Árbitro: Nobel Valentine (URU)Cartões vermelhos: Chico (V) e Mendez (RP)
Árbitro: Nobel Valentine (URU)Cartões vermelhos: Chico (V) e Mendez (RP)
VASCO: Barbosa, Augusto e Wilson (Rafagnelli); Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Friaça (Dimas), Ismael e Chico
RIVER PLATE: Grizetti, Vaghi e Rodríguez; Yácono (Mendez), Rossi e Ramos (Ferrari); Reyes (Muñoz), Moreno, Di Stéfano, Labruña e Lostau
sexta-feira, 18 de junho de 2010
O Craque disse e eu anotei - LUIZ CARLOS GALTER
Em São Paulo, na avenida Ermano Marchetti, entre a Ponte do Piqueri e o viaduto da Lapa, localiza-se a escolinha de futebol Mauro Bezerra Pinheiro, onde o ex-zagueiro Luiz Carlos Galter passa os ensinamentos que obteve em dez anos dedicados ao futebol. Há muito tempo eu já via as inscrições ESCOLINHA DE FUTEBOL ASES DA BOLA, mas nunca entrei na escola para conhecê-la. Meu pai me aconselhou entrevistar o Luiz Carlos. Entrei em contato via telefone e ele me atendeu muito bem, aceitando de imediato a entrevista, que foi realizada na própria escolinha.Confiram a matéria.
FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: No dia 06 de março de 1968, o Corinthians venceu o Santos por 2 a 0, acabando com um tabu de 11 anos no Campeonato Paulista. Era a sua primeira partida contra o time da Vila Belmiro. Este jejum pesou pra você?
LUIZ CARLOS GALTER: Foi um jogo memorável, pois este tabu não existia pra mim, já que tratava-se da minha primeira partida contra o Santos. Foi uma festa enorme em São Paulo, parou a cidade e parece que tínhamos vencido um campeonato.
FTT: Sentiu dificuldades em marcar o Pelé?
LUIZ CARLOS: Sem dúvida. O Pelé foi o maior jogador que vi jogar e eu não conhecia pessoalmente. Eu joguei muito bem naquele dia e era muito difícil marcá-lo, pois ele era completo. A partir daí, todos os jogos entre Corinthians e Santos ficava aquela disputa entre Luiz Carlos e Pelé. Naquele época havia este tipo de marcação. O quarto-zagueiro ficava na marcação do meia e o zagueiro-central marcava do centroavante. Hoje não existe mais a marcação específica. Eu jogava no esquema 4-2-4, era um futebol muito ofensivo. Atualmente o futebol é mais fácil para os zagueiros. Cheguei a combater o Pelé no meio-de-campo e não tinha ninguém atrás de mim e ele passou muitas vezes.
Da esquerda para a direita vemos: Carlos Alberto Torres,
Edson Cegonha, Pelé, Luis Carlos Galter, o arbitro argentino
Roberto Goicochea e Oswaldo Cunha
FTT: Além do Rei, cite os grandes craques que você enfrentou.
LUIZ CARLOS: No Palmeiras tinha o Leivinha e o Cesar. Já no Cruzeiro eram o Tostão e o Dirceu Lopes. Na equipe do Santos, além do Pelé, havia o Toninho Guerreiro. E no Botafogo tinha o Jairzinho. Os times e os jogadores eram muito bons. Naquela época o comércio internacional não estava aberto, ninguém ia para o exterior, todos jogavam aqui, portanto os times daqui eram de nível altíssimo. Hoje não se segura ninguém. No meu tempo, o comércio da Europa era fechado.
FTT: Como foi o seu início no futebol?
LUIZ CARLOS: Comecei na várzea, no bairro do Tremembé. Com 15 anos me levaram pra fazer um teste no Corinthians. Fiz um treino e já fiquei por lá. Passei pelos infantis, juvenis e aspirantes e subi para o time principal. Fui tricampeão de aspirantes em 1965/66/67. Joguei na Seleção Paulista e Brasileira de Novos.
FTT: Fale sobre o Corinthians de 1969.
LUIZ CARLOS: Terminamos invictos o primeiro turno do Campeonato Paulista. Depois de um jogo em Sorocaba, faleceram o Lidu e o Eduardo em um desastre. Aí o time deu uma caída. Na concentração era difícil ver as cadeiras dos dois vazias. Pedi ao presidente Wadih Helu para mudarmos o local de treino. Fomos para uma chácara na Vila Mangalot, mas o time foi caindo.
FTT: Houve algum zagueiro que te inspirou?
LUIZ CARLOS: Eu gostava muito do Mauro Ramos de Oliveira. Gostei também do Djalma Dias e Ramos Delgado, que foram meus contemporâneos. O Mauro já não foi da minha época de jogador, era muito técnico e elegante.
Corinthians 69 - Em pé:Oswaldo Cunha, Ditão, Diogo,
Edson Cegonha, Luís Carlos Galter e Maciel. Agachados:
Marcos, Tales, Flávio, Rivellino e Eduardo
FTT: Comente sobre o seu ex-companheiro de zaga, o Ditão
LUIZ CARLOS: Ele sempre me apoiou quando subi para o time principal. Isto me serviu como exemplo. Infelizmente ele morreu novo. Foi um dos meus grandes amigos no futebol. Gente muito boa. Eu soube que ele tinha problema no coração em Mato Grosso, num jogo de veteranos, quando ele passou mal. Dei uns conselhos para que tratasse disto. O Ditão faleceu três meses depois, aos 51 anos de idade.
Luis Carlos e Mauricio Sabará no gramado da escolinha de futebol.
FTT: Muitas vezes você é escolhido como o quarto-zagueiro do Corinthians de todos os tempos, mesmo fazendo parte de uma época que o Timão não foi campeão paulista. Há quê você deve o carinho da torcida? Você acha que as suas atuações eram o que os corintianos queriam na época? LUIZ CARLOS: Esta eleição foi feita pela Placar em 1994. Na ocasião quem votou foram dirigentes e jornalistas. Hoje eu acho que seria elegido, porque entrou muita gente nova. Foi muito bom, com tantos jogadores que passaram. Eu era muito querido pela torcida, jogava com vontade e fui muito aplicado.
FTT: Você sente mágoa por nunca ter disputado uma Copa do Mundo?
LUIZ CARLOS: Dei um pouco de azar na Seleção Brasileira, quando vivia um bom momento, me machuquei. Depois eu voltei, mas os campeões de 1970 já tinham cadeira cativa. Cheguei a ser convocado, mas joguei apenas uma partida.Não tenho mágoa por não ter jogado na Copa do Mundo. Em 70 eu tive uma contusão no joelho e fiquei dois meses parado. Eu estava inscrito, eram 40 na época, diferente de hoje que são 30. O médico da CBF, o Dr. Mauro Pompeu, devia ter me examinado, porque o Joel Camargo e o Fontana jogaram. Teve o Piazza que era volante e foi como quarto-zagueiro. Depois eu briguei com o Zagallo. Em 74, na Alemanha, eu já estava no Flamengo, quando fui escolhido como o melhor quarto-zagueiro do campeonato. Mas como já havia brigado com o Zagallo, não fui lembrado. Em 70 era a minha grande fase, mas o Brasil foi campeão jogando um futebol bonito. Eu era convocado, mas não jogava.
Luis Carlos Galter com a camisa do Corinthians
FTT: Qual foi o motivo da sua saída do Corinthians para o Flamengo?
LUIZ CARLOS: Eu prefiro dizer que não houve acordo e renovação. Teve coisas que me magoaram na época, o presidente era o Vicente Matheus, que não foi correto comigo e alguns colegas. O Yustrich era o nosso técnico, que havia passado pelo Flamengo. Ele que ligou para o pessoal do Mengo. Como eu não dei entrevistas, o pessoal achou que eu tinha brigado. A minha estréia foi em um amistoso contra o Corinthians. Eu fui no túnel, cumprimentei o Yustrich e os jogadores. Vejam o que é o destino, ganhamos de 5 a 1, com o Zico, Dario e Geraldo jogando muito. Peguei o início desta geração. O Zico já jogava desde 73, um pouco na ponta-direita e esquerda. Em 74 o Zagallo saiu. Subiu o Joubert que era juvenil, efetivando o Zico na meia. Subiu o Cantarelli , Rondinelli e Jaime, misturando com os mais experientes e formou um bom time. O Geraldo era um grande jogador e tinha o Júnior. Joguei com o Wanderley Luxemburgo. Eu era o capitão e ele sempre chegava atrasado nos treinos. Queriam mandá-lo embora. Eu que segurava as pontas, dizia que ele era prata de casa.
FTT: Sentiu muita diferença do Flamengo para o Corinthians?
LUIZ CARLOS: O Flamengo era mais tranquilo. Não tem a mesma pressão do Corinthians.
FTT: Quais foram os outros clubes que você jogou?
LUIZ CARLOS: Joguei um ano no Operário de Campo Grande, com o Castilho como técnico, terminamos em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, acho que em 1977. Tínhamos bons jogadores. Eu havia sido emprestado. Como eu tinha uma pizzaria em São Paulo, preferi ficar no Coritiba, onde encerrei a carreira. Eu tive uma contusão e fiquei seis meses sem receber. Aí entrei em férias no final do ano e não voltei mais.
FTT: Houve algum treinador que você tenha gostado de trabalhar?
LUIZ CARLOS: Não sei porque já era mais experiente, mas eu gostei de trabalhar com o Castilho. O Operário jogava da mesma maneira, em casa ou fora, contra grande ou pequeno, o time jogava igualzinho. Não tirava atacante para colocar um zagueiro, nada disso. O time passava a bola sem olhar. Nosso goleiro não dava chutão, saía jogando com a gente. Tinha Liminha e o Peri ponta-esquerda. O time era bom. Eu já era mais experiente, observava melhor. O Castilho era um bom treinador.
FTT: Depois da carreira, só se dedicou à pizzaria?
LUIZ CARLOS: Trabalhei na pizzaria durante muito tempo. Em 91/92, recebi um convite pra ser treinador do Barra Mansa, no Rio de Janeiro, vizinha de Volta Redonda. Eu fiquei um ano, mas lá não tinha muita estrutura. Aí voltei. Trabalhei dezessete anos no ramo de restaurantes. Quando parei de jogar futebol, recebi uns três convites pra ser treinador. Eu estava chateado e não aceitei.
Luis Carlos e Mauricio na escolinha.
FTT: O que você tem a dizer sobre a escolinha?
LUIZ CARLOS: Comecei a trabalhar na década de 90. Entrei em um projeto da prefeitura para crianças carentes da periferia.
FTT: O que você achou das atuações dos zagueiros Lúcio e Juan contra a Coréia do Norte?
LUIZ CARLOS: São dois excelentes zagueiros. O Lúcio melhorou muito de 2002 pra cá, mas ele tem aquela mania de carregar a bola, o que zagueiro não pode fazer. Já o Juan é o zagueiro ideal, domina e toca a bola. Aquele gol no final não podia ter tomado, pois pode atrapalhar no saldo de gols. O primeiro jogo é sempre nervoso. Senti o Luiz Fabiano tenso, ansioso, querendo fazer o gol de todo o jeito, fazendo falta nos zagueiros, isso atrapalha. O Kaká ainda não está bem fisicamente. Gostei do Robinho e do Maicon.
FTT: Você acredita no Brasil nesta Copa?
LUIZ CARLOS: O Brasil é sempre um dos favoritos, quando vai pra Copa tem que ser respeitado. Mas não temos mais criatividade no meio, aquele que cria, como o Paulo Henrique Ganso, jogador canhoto, diferenciado, pelo menos na reserva. Se o Kaká machucar, quem vai jogar no lugar dele? Ele é meia-atacante que parte para cima. Faz falta um jogador como o Gérson, Ademir da Guia, Rivellino e o próprio Ricardinho recentemente. Hoje o Brasil pega a bola do outro jeito, está forte, mas diferente.
FTT: Existe alguma seleção que lembra o Brasil de antigamente, que seja candidata ao título?
LUIZ CARLOS: O futebol que mais agrada é o da Espanha. Perdeu agora há a pouco para a Suíça, com um futebol força e retranqueiro. Quem joga bem tecnicamente acaba perdendo o jogo. O toque de bola da Espanha é muito bem feito, gosto de vê-los jogar, mas por causa de um chute, perderam.
Após a entrevista, Luiz Carlos Galter me levou pra conhecer a escolinha.
REPORTAGEM: Maurício Sabará Markiewicz. FOTOS: Estela Mendes Ribeiro
FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: No dia 06 de março de 1968, o Corinthians venceu o Santos por 2 a 0, acabando com um tabu de 11 anos no Campeonato Paulista. Era a sua primeira partida contra o time da Vila Belmiro. Este jejum pesou pra você?
LUIZ CARLOS GALTER: Foi um jogo memorável, pois este tabu não existia pra mim, já que tratava-se da minha primeira partida contra o Santos. Foi uma festa enorme em São Paulo, parou a cidade e parece que tínhamos vencido um campeonato.
FTT: Sentiu dificuldades em marcar o Pelé?
LUIZ CARLOS: Sem dúvida. O Pelé foi o maior jogador que vi jogar e eu não conhecia pessoalmente. Eu joguei muito bem naquele dia e era muito difícil marcá-lo, pois ele era completo. A partir daí, todos os jogos entre Corinthians e Santos ficava aquela disputa entre Luiz Carlos e Pelé. Naquele época havia este tipo de marcação. O quarto-zagueiro ficava na marcação do meia e o zagueiro-central marcava do centroavante. Hoje não existe mais a marcação específica. Eu jogava no esquema 4-2-4, era um futebol muito ofensivo. Atualmente o futebol é mais fácil para os zagueiros. Cheguei a combater o Pelé no meio-de-campo e não tinha ninguém atrás de mim e ele passou muitas vezes.
Da esquerda para a direita vemos: Carlos Alberto Torres,
Edson Cegonha, Pelé, Luis Carlos Galter, o arbitro argentino
Roberto Goicochea e Oswaldo Cunha
FTT: Além do Rei, cite os grandes craques que você enfrentou.
LUIZ CARLOS: No Palmeiras tinha o Leivinha e o Cesar. Já no Cruzeiro eram o Tostão e o Dirceu Lopes. Na equipe do Santos, além do Pelé, havia o Toninho Guerreiro. E no Botafogo tinha o Jairzinho. Os times e os jogadores eram muito bons. Naquela época o comércio internacional não estava aberto, ninguém ia para o exterior, todos jogavam aqui, portanto os times daqui eram de nível altíssimo. Hoje não se segura ninguém. No meu tempo, o comércio da Europa era fechado.
FTT: Como foi o seu início no futebol?
LUIZ CARLOS: Comecei na várzea, no bairro do Tremembé. Com 15 anos me levaram pra fazer um teste no Corinthians. Fiz um treino e já fiquei por lá. Passei pelos infantis, juvenis e aspirantes e subi para o time principal. Fui tricampeão de aspirantes em 1965/66/67. Joguei na Seleção Paulista e Brasileira de Novos.
FTT: Fale sobre o Corinthians de 1969.
LUIZ CARLOS: Terminamos invictos o primeiro turno do Campeonato Paulista. Depois de um jogo em Sorocaba, faleceram o Lidu e o Eduardo em um desastre. Aí o time deu uma caída. Na concentração era difícil ver as cadeiras dos dois vazias. Pedi ao presidente Wadih Helu para mudarmos o local de treino. Fomos para uma chácara na Vila Mangalot, mas o time foi caindo.
FTT: Houve algum zagueiro que te inspirou?
LUIZ CARLOS: Eu gostava muito do Mauro Ramos de Oliveira. Gostei também do Djalma Dias e Ramos Delgado, que foram meus contemporâneos. O Mauro já não foi da minha época de jogador, era muito técnico e elegante.
Corinthians 69 - Em pé:Oswaldo Cunha, Ditão, Diogo,
Edson Cegonha, Luís Carlos Galter e Maciel. Agachados:
Marcos, Tales, Flávio, Rivellino e Eduardo
FTT: Comente sobre o seu ex-companheiro de zaga, o Ditão
LUIZ CARLOS: Ele sempre me apoiou quando subi para o time principal. Isto me serviu como exemplo. Infelizmente ele morreu novo. Foi um dos meus grandes amigos no futebol. Gente muito boa. Eu soube que ele tinha problema no coração em Mato Grosso, num jogo de veteranos, quando ele passou mal. Dei uns conselhos para que tratasse disto. O Ditão faleceu três meses depois, aos 51 anos de idade.
Luis Carlos e Mauricio Sabará no gramado da escolinha de futebol.
FTT: Muitas vezes você é escolhido como o quarto-zagueiro do Corinthians de todos os tempos, mesmo fazendo parte de uma época que o Timão não foi campeão paulista. Há quê você deve o carinho da torcida? Você acha que as suas atuações eram o que os corintianos queriam na época? LUIZ CARLOS: Esta eleição foi feita pela Placar em 1994. Na ocasião quem votou foram dirigentes e jornalistas. Hoje eu acho que seria elegido, porque entrou muita gente nova. Foi muito bom, com tantos jogadores que passaram. Eu era muito querido pela torcida, jogava com vontade e fui muito aplicado.
FTT: Você sente mágoa por nunca ter disputado uma Copa do Mundo?
LUIZ CARLOS: Dei um pouco de azar na Seleção Brasileira, quando vivia um bom momento, me machuquei. Depois eu voltei, mas os campeões de 1970 já tinham cadeira cativa. Cheguei a ser convocado, mas joguei apenas uma partida.Não tenho mágoa por não ter jogado na Copa do Mundo. Em 70 eu tive uma contusão no joelho e fiquei dois meses parado. Eu estava inscrito, eram 40 na época, diferente de hoje que são 30. O médico da CBF, o Dr. Mauro Pompeu, devia ter me examinado, porque o Joel Camargo e o Fontana jogaram. Teve o Piazza que era volante e foi como quarto-zagueiro. Depois eu briguei com o Zagallo. Em 74, na Alemanha, eu já estava no Flamengo, quando fui escolhido como o melhor quarto-zagueiro do campeonato. Mas como já havia brigado com o Zagallo, não fui lembrado. Em 70 era a minha grande fase, mas o Brasil foi campeão jogando um futebol bonito. Eu era convocado, mas não jogava.
Luis Carlos Galter com a camisa do Corinthians
FTT: Qual foi o motivo da sua saída do Corinthians para o Flamengo?
LUIZ CARLOS: Eu prefiro dizer que não houve acordo e renovação. Teve coisas que me magoaram na época, o presidente era o Vicente Matheus, que não foi correto comigo e alguns colegas. O Yustrich era o nosso técnico, que havia passado pelo Flamengo. Ele que ligou para o pessoal do Mengo. Como eu não dei entrevistas, o pessoal achou que eu tinha brigado. A minha estréia foi em um amistoso contra o Corinthians. Eu fui no túnel, cumprimentei o Yustrich e os jogadores. Vejam o que é o destino, ganhamos de 5 a 1, com o Zico, Dario e Geraldo jogando muito. Peguei o início desta geração. O Zico já jogava desde 73, um pouco na ponta-direita e esquerda. Em 74 o Zagallo saiu. Subiu o Joubert que era juvenil, efetivando o Zico na meia. Subiu o Cantarelli , Rondinelli e Jaime, misturando com os mais experientes e formou um bom time. O Geraldo era um grande jogador e tinha o Júnior. Joguei com o Wanderley Luxemburgo. Eu era o capitão e ele sempre chegava atrasado nos treinos. Queriam mandá-lo embora. Eu que segurava as pontas, dizia que ele era prata de casa.
FTT: Sentiu muita diferença do Flamengo para o Corinthians?
LUIZ CARLOS: O Flamengo era mais tranquilo. Não tem a mesma pressão do Corinthians.
FTT: Quais foram os outros clubes que você jogou?
LUIZ CARLOS: Joguei um ano no Operário de Campo Grande, com o Castilho como técnico, terminamos em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, acho que em 1977. Tínhamos bons jogadores. Eu havia sido emprestado. Como eu tinha uma pizzaria em São Paulo, preferi ficar no Coritiba, onde encerrei a carreira. Eu tive uma contusão e fiquei seis meses sem receber. Aí entrei em férias no final do ano e não voltei mais.
FTT: Houve algum treinador que você tenha gostado de trabalhar?
LUIZ CARLOS: Não sei porque já era mais experiente, mas eu gostei de trabalhar com o Castilho. O Operário jogava da mesma maneira, em casa ou fora, contra grande ou pequeno, o time jogava igualzinho. Não tirava atacante para colocar um zagueiro, nada disso. O time passava a bola sem olhar. Nosso goleiro não dava chutão, saía jogando com a gente. Tinha Liminha e o Peri ponta-esquerda. O time era bom. Eu já era mais experiente, observava melhor. O Castilho era um bom treinador.
FTT: Depois da carreira, só se dedicou à pizzaria?
LUIZ CARLOS: Trabalhei na pizzaria durante muito tempo. Em 91/92, recebi um convite pra ser treinador do Barra Mansa, no Rio de Janeiro, vizinha de Volta Redonda. Eu fiquei um ano, mas lá não tinha muita estrutura. Aí voltei. Trabalhei dezessete anos no ramo de restaurantes. Quando parei de jogar futebol, recebi uns três convites pra ser treinador. Eu estava chateado e não aceitei.
Luis Carlos e Mauricio na escolinha.
FTT: O que você tem a dizer sobre a escolinha?
LUIZ CARLOS: Comecei a trabalhar na década de 90. Entrei em um projeto da prefeitura para crianças carentes da periferia.
FTT: O que você achou das atuações dos zagueiros Lúcio e Juan contra a Coréia do Norte?
LUIZ CARLOS: São dois excelentes zagueiros. O Lúcio melhorou muito de 2002 pra cá, mas ele tem aquela mania de carregar a bola, o que zagueiro não pode fazer. Já o Juan é o zagueiro ideal, domina e toca a bola. Aquele gol no final não podia ter tomado, pois pode atrapalhar no saldo de gols. O primeiro jogo é sempre nervoso. Senti o Luiz Fabiano tenso, ansioso, querendo fazer o gol de todo o jeito, fazendo falta nos zagueiros, isso atrapalha. O Kaká ainda não está bem fisicamente. Gostei do Robinho e do Maicon.
FTT: Você acredita no Brasil nesta Copa?
LUIZ CARLOS: O Brasil é sempre um dos favoritos, quando vai pra Copa tem que ser respeitado. Mas não temos mais criatividade no meio, aquele que cria, como o Paulo Henrique Ganso, jogador canhoto, diferenciado, pelo menos na reserva. Se o Kaká machucar, quem vai jogar no lugar dele? Ele é meia-atacante que parte para cima. Faz falta um jogador como o Gérson, Ademir da Guia, Rivellino e o próprio Ricardinho recentemente. Hoje o Brasil pega a bola do outro jeito, está forte, mas diferente.
FTT: Existe alguma seleção que lembra o Brasil de antigamente, que seja candidata ao título?
LUIZ CARLOS: O futebol que mais agrada é o da Espanha. Perdeu agora há a pouco para a Suíça, com um futebol força e retranqueiro. Quem joga bem tecnicamente acaba perdendo o jogo. O toque de bola da Espanha é muito bem feito, gosto de vê-los jogar, mas por causa de um chute, perderam.
Após a entrevista, Luiz Carlos Galter me levou pra conhecer a escolinha.
REPORTAGEM: Maurício Sabará Markiewicz. FOTOS: Estela Mendes Ribeiro
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Esquadrão Inesquecivel - PONTE PRETA 1977
Geralmente os times são lembrados pelos titulos que conquistam ao longo da historia do clube.
Oscar uma revelação da Ponte com muita tecnica.
No meio campo o termometro desta equipe. O volante Vanderley Paiva foi contratado ao Atletico Mineiro e foi o carregador de piano com sua raça aliada a tecnica. Era quem marcava na entrada dando o primeiro combate. Armando o time estava Marco Aurelio um meia armador de excelentes qualidades tecnicas. Revezava com Dicá na construção das jogadas.
Dicá foi sem duvida o maior jogador deste time e da historia da Ponte Preta. Lançava, armava e fazia gols . Suas cobranças de falta eram sempre um grande perigo aos goleiros adversario.
BELA CAMPANHA
Porem existem aqueles times que foram extraordinarios e inesqueciveis mesmo perdendo o titulo. Como esquecer da Seleção Brasileira na Copa de 1982 jogando o fino do futebol?
O mesmo serve para a Ponte Preta em 1977.
Um time que vendeu caro o titulo de campeão paulista e que somente foi decidido na terceira partida das finais.
O adversario da final era o Corinthians que estava na fila a 23 anos e trazia toda uma enorme torcida para terminar este incomodo jejum de titulos.
O adversario da final era o Corinthians que estava na fila a 23 anos e trazia toda uma enorme torcida para terminar este incomodo jejum de titulos.
A equipe corintiana derrotou na final, após três partidas, a Ponte Preta pelos placares de 1 a 0 para o Corinthians na primeira partida, 2 a 1 para a Ponte Preta na segunda partida e 1 a 0 para o Corinthians na terceira e última partida.
O time da final :
O time da final :
Carlos, Jair Picerni, Oscar, Polozzi e Odirlei (na final jogou o Ângelo), Vanderley, Dicá e Marco Aurélio; Lúcio, Parraga (na final jogou o Rui Rei) e Tuta
Só para se ter uma ideia da qualidade deste time pontepretano, se pegarmos qualquer torcedor da Macaca e fizermos uma enquete sobre a melhor Ponte Preta de Todos os Tempos, certamente 80 % deste time fará parte. Como esquecer das grandes defesas de Carlos? O goleiro passava muita segurança a seu time mesmo sendo jovem na época.
Os dois laterais eram firmes na marcação com destaque para o jovem Odirlei, na lateral esquerda. Era muito bom na defesa e subia tambem ao ataque com bons cruzamentos buscando Parraga e Rui Rei.
Odirlei
O miolo de zaga foi sem duvidas um dos pontos fortes deste time com o craque Oscar e Polozzi. Os dois jogaram muito neste campeonato paulista.
Oscar uma revelação da Ponte com muita tecnica.
No meio campo o termometro desta equipe. O volante Vanderley Paiva foi contratado ao Atletico Mineiro e foi o carregador de piano com sua raça aliada a tecnica. Era quem marcava na entrada dando o primeiro combate. Armando o time estava Marco Aurelio um meia armador de excelentes qualidades tecnicas. Revezava com Dicá na construção das jogadas.
Dicá foi sem duvida o maior jogador deste time e da historia da Ponte Preta. Lançava, armava e fazia gols . Suas cobranças de falta eram sempre um grande perigo aos goleiros adversario.
Dicá o craque da camisa 10
Contra os grandes do estado de São Paulo a Ponte Preta perdeu uma partida apenas para o Palmeiras por 4x3. Jogou 6 vezes contra o Corinthians no campeonato e venceu 4 destas partidas sneod uma por 4x0.
Ponte Preta 4-0 Corinthians
Ponte Preta 3-1 Guarani
Portuguesa/SP 0-0 Ponte Preta
Palmeiras 0-0 Ponte Preta
Ponte Preta 1-1 Santos
São Paulo 0-0 Ponte Preta
Ponte Preta 0-0 Portuguesa/SP
Ponte Preta 3-4 Palmeiras
Santos 0-1 Ponte Preta
Ponte Preta 0-0 São Paulo
Guarani 0-0 Ponte Preta
Corinthians 1-2 Ponte Preta
TERCEIRA FASE
Ponte Preta 2-0 Guarani
Ponte Preta 2-0 Guarani
Corinthians 0-1 Ponte Preta
Santos 0-1 Ponte Preta
Ponte Preta 3-1 São Paulo
Portuguesa/SP 1-1 Ponte Preta
Palmeiras 0-0 Ponte Preta
Rui Rei nas partidas finais acabou sendo expulso e acusado
de forçar sua expulsão para facilitar sua saida para o Corinthians.
FINAIS
Corinthians 1-0 Ponte Preta
Corinthians 1-2 Ponte Preta
Corinthians 1-0 Ponte Preta
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