FTT - Futebol de Todos os Tempos

ENTREVISTAS COM EX JOGADORES, TECNICOS, DIRETORES E PESSOAS LIGADAS AO FUTEBOL QUE CONTRIBUIRAM DE ALGUMA FORMA PARA QUE PUDESSEMOS CONHECERMOS UM POUCO MAIS DA HISTORIA DO FUTEBOL BRASILEIRO E MUNDIAL.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Craque disse e eu anotei - REINALDO

Marquei com Reinaldo a entrevista para a parte da tarde no seu estadio. Fui pensando como sería recebido e se tudo daría certo pois afinal não sou jornalista. Sequer gravador eu possuo e improvisei com o apoio de meu filho a gravação com a maquina fotografica dele que aliás registrou tudo em video tambem.
Reinaldo chegou pontualmente de chapeuzinho pescador e veio nos cumprimentar. Sentamos numa mesa e lhe apresentei o Blog FTT e ele achou muito interessante este resgate dos grandes times e craques que fizeram a historia do nosso futebol.
Falei com ele que eu não era um jornalista mas sim um apaixonado por futebol e que gostava de conhecer a historia dos grandes jogadores.
A conversa foi fluindo e Reinaldo me deixou muito a vontade , mais pareciamos dois amigos numa mesa de bar pois a conversa saía naturalmente entre risadas e lembranças.
Senti um Reinaldo de bem com a vida, alegre e esperançoso no projeto do seu clube com a chegada da copa do Mundo ao Brasil.
Confiram a entrevista.



1)Reinaldo, você começou a jogar no profissional com apenas 16 anos. Você acredita que o Atletico poderia ter feito um melhor trabalho de fortalecimento , semelhante ao que o Flamengo fez com Zico ou foi azar mesmo a sua primeira contusão?

Não, os clubes não tinham esta visão.O futebol ainda era muito romantico , a preparação fisica era muito tímida e o desenvolvimento da medicina esportiva era muito precaria. O futebol era encarado mesmo pela sua condição tecnica e não tinha esta preparação do atleta. Eu comecei jogando com 16 anos corpo de adolescente , no meio de profissionais adultos onde eu levava uma desvantagem danada. Não tinha esta programação, este planejamento dos dias de hoje. Então a gente não pode nem culpar a direção do Atletico pois eles não tinham esta visão e muito menos da parte medica.

2) Como foi ser campeão mineiro em 1976 com um time de garotos como você, Marcelo, Paulo isidoro, Cerezo, Danival sobre o todo poderoso Cruzeiro campeão da Libertadores?




Foi uma grande alegria, uma afirmação pra gente que estava começando. O nosso time já estava jogando a um bom tempo junto, tinha um bom entrosamento, era um time jovem, rápido muito bem treinado pelo Barbatana. A gente reconhecia no Cruzeiro um grande time, uma grande equipe, embora a gente observasse tambem que o time do Cruzeiro era um plantel envelhecido. Jogamos respeitando o Cruzeiro mas após o primeiro jogo da final , com todo respeito , vimos que podiamos ser campeões e jogamos para isto. Vencemos os dois jogos.









3) Geralmente quando jogava contra o Cruzeiro suas atuações eram de gala. Qual foi o seu clássico inesquecivel ?



Acho que foram estes dois jogos das finais do mineiro de 76 mesmo. Foram dois jogos perfeitos. Alem de ter jogado muito bem, com jogadas de efeito eu fiz gol nos dois jogos e estas partidas então estão na minha memoria e que guardo boas lembranças.

http://www.youtube.com/watch?v=IzJWBf31LJw

Reinaldo fazendo o primeiro gol do Galo na primeira partida da final.

4)Eu me lembro bem dos duelos que você e Joãozinho travavam nesta época. Reinaldo arrebentando pelo Galo e Joãozinho pelo Cruzeiro. O que você achava do Joãozinho? Ele poderia ter ido a Copa de 78?


Olha, Joãozinho foi um craque, um genio, um jogador fantastico, ele reunia todas as qualidades de um craque. Ele era habilidoso, tinha força, ía pra porrada, inteligente, cabeceava.......bom enfim , Joãozinho era realmente um craque. Ahh eu gostava muito de ver o Joãozinho jogar. Eu assistía jogos do Cruzeiro para ver o Joãozinho jogar. Joãozinho foi um dos jogadores mais injustiçados da historia do futebol brasileiro............e até no Cruzeiro tambem. Acho que ele foi o maior , com todo respeito aos outros jogadores. Sem duvida que para aqueles que amam o futebol , eles sabem que Joãozinho foi um genio, um fora de serie. Ele merecia estar na Copa mas a historia foi um pouco cruel com ele. Aliás.............não foi cruel não , porque se a gente for buscar a historia do Joãozinho, vai ver que é uma historia maravilhosa. Sempre fui fã do Joãozinho e depois fiz questão de ser amigo dele. Tenho grande admiração por ele e ele fez muito pelo futebol. Era um jogador que ganhava o jogo, ganhava o campeonato com aquele jeito moleque dele.


5) No Atletico quem foi seu grande parceiro, aquele com quem só de olhar você já sabia onde se posicionar?

Eu tive dois grandes parceiros no Atletico que tinham aquele entendimento perfeito. Um foi o Marcelo e o outro o Cerezzo. Desde o juvenil , eram jogadores que tinhamos entendimento telepático, alem da gente se complementar alí. Fomos criados juntos e sabiamos a maneira de cada um jogar. Então, estes dois jogadores foram muito importantes na minha formação, na minha historia dentro do Atlético.

6) Se tivesse que fazer uma escolha, qual Atletico você prefere. O de 1976 com Vantuir, Cerezo, Danival, Marinho, Marcelo e Paulo Isidoro ou o de 80 com Luisinho, Osmar Guarneli, Cerezo, Chicão, Palhinha e Eder ?


O de 76 era um time bem superior, mais leve, mais tecnico, melhor treinado. Um time que talvez teve mais talento tambem. Reunía Marcelo, Marinho. Marinho foi um craque, Danival um craque, Cerezzo, o Heleno, o Ziza ótimo ponta esquerda. Enfim um time muito bom este de 76.
O de 80 era um time bom , time experiente mais pesado mas não iria resistir ao de 76
8) E os clássicos dos anos 80 contra o Flamengo, tinham um gostinho especial?




7) Qual foi a sensação que você sentiu quando em 1980 com o Maracanã recebendo mais de 150 mil pessoas, a torcida do Flamengo pegando no seu pé e você mesmo arrastando foi lá e fez o gol de empate?

Uai, foi inesprimivel (risadas). Foi uma sensação fantástica! Os jogos que nós fizemos contra o Flamengo, sendo o time de maior torcida em todo Brasil e tambem um time de tradição e que tinha tambem uma grande equipe com grandes jogadores, foram jogos inesqueciveis.Em 80 então no Maracanã, foi a consagração, a gloria, apesar de termos perdido o titulo foi a maior final de campeonatos brasileiros. As duas equipes sendo base da seleção brasileira. Um publico cque devia ter 200 mil pessoas pois se pagaram 155 mil outros tantos entraram com carteiradas.
Foi um jogo muito bonito com as duas equipes sendo buscando o gol. Nestes grandes jogos o grande jogador sempre tem um "plus", a dedicação é maior.

8) Porque afinal aquela sua expulsão pelo Jose de Assis Aragão? A que você atribui sua saida?

Ele quiz tumultuar o jogo, criar uma outra situação, mudar aquela situação do empate, pois o empate iria conduzir o Atletico ao titulo. Com a minha expulsão ele tumultuou o jogo. Eu era o jogador que tinha feito os dois gols , eu sempre jogava bem contra o Flamengo e desequilibrava apesar de estar machucado. Já no final do segundo tempo ele tinha de fazer alguma coisa, algo pra trazer um beneficio pro Flamengo e começou com a minha expulsão que foi gratuita. Eu passei em frente a uma bola de um impedimento que não houve e ele me deu cartão amarelo. Ele foi saindo e na volta já voltou me dando o vermelho como se eu o tivesse xingado. Não xonguei e mesmo se tivesse xingado ele não teria escutado com aquela barulheira do Maracanã.Então ele criou esta situação para favorecer o Flamengo


9) Mesmo sendo carrasco varias vezes do Flamengo até hoje você é muito respeitado por toda nação rubro negra. Isto é muito legal não é rei?

É muito legal. Eu graças a Deus, no país inteiro tenho este reconhecimento, carinho e admiração dos torcedores. Em particular a torcida do Flamengo, no Rio de Janeiro que sempre foram muito espontaneos. O carioca em geral se manifesta com alegria, ele te joga pra cima e tira onda tambem mas comigo quando falam especificamente deste jogo e começam a tirar marra, eu digo que se forem falar desta partida de novo eu vou empatar o jogo novamente e voces vão acabar perdendo o titulo (risadas gerais)...aí termina a discussão.


10) Falando em Flamengo, você jogou varias vezes na seleção com Zico. Foi um dos jogadores com quem melhor você se entendeu em campo?

Sem duvida. Zico era um jogador perfeito! Um meia armador que alem de saber organizar o time , sabia tabelar e tinha uma visão tática perfeita .Um jogador que tambem finalizava, chegava na area muito bem, acionava o centro avante. Ele foi um dos maiores jogadores do Brasil. Foi uma honra pra mim jogar ao lado do Zico que não só como jogador mas como homem é tambem um grande amigo, um profissional perfeito.

11) Como era seu relacionamento com Tele Santana?

Era bom, desde que cheguei ao Atletico Tele me conhecia. Acompanhou todo este meu desenvolvimento . Minha ida pra seleção, depois Tele tambem foi e me levou varias vezes. Em 1982 o Telê não quiz arriscar comigo porque eu tinha um historico de contusões e havia tambem muita onda, muita agitação extra campo a meu respeito e ele levou em consideração e então Tele me cortou da seleção e não me levou a Copa. Mas eu considero ele um grande profissional , um grande treinador qu eu tive e que contribuiu muito na minha formação.



12) Qual foi o seu grande tecnico no futebol?

Claudio Coutinho! Um treinador inteligente, revolucionario que mostrou uma nova perspectiva de jogo. Gosto muito tambem do Barbatana apesar da sua dificuldade em lidar com os jogadores. Ele foi um treinador estrategico e tem o Tele tambem. O grande mérito do Telê era que ele te colocava em forma. Extraía o melhor da sua forma fisica e tecnica. O Telê ensinava a situação de jogo. Acredito que quase todo jogador que passou pelo Tele apresentou sua melhor forma neste periodo.

13) Cite os 5 melhores jogadores que você viu no futebol.

Pelé, Cruyff, Zico, Cerezzo, Garrincha......eu vi Garrincha jogar tambem. É claro que eu posso falar mais uns 20 tambem no mesmo nivel. Romario ahhh Romario não pode ficar de fora desta lista, Rivelino.

14) Você acha que seu estilo de jogar é semelhante ao de Tostão?

Um pouco. Eu tinha um pouco mais de explosão. O Tostão sempre foi meia e eu sempre mais na frente e eu tinha mais de velocidade do que ele. Mas Tostão tinha inteligencia mais ampla , ele lançava mais, servia mais e era canhoto. Eu acho então que foge um pouco das caracteristicas não dá para comparar os dois. Tostão foi um jogador mais refinado.

ahhh (Reinaldo lembrando) Joãozinho tambem está nesta lista dos 5 melhores aí.



15) Porque você ficou apenas alguns meses no Palmeiras?

Ah eu tinha feito um contrato que já ia acabar em tres meses e então fui convidado para ir a Cuba, um encontro de intelectuais da America Latina. Nesta época, o Brasil não tinha nem relações diplomaticas com Cuba e eu fui e alem disto o Palmeiras estava numa fase muito ruim. Eu fui em agosto e meu contrato iria até Dezembro então resolvi antecipar a minha saida.

16) Explique melhor sua transferencia para o Cruzeiro. Foi marketing, você se arrependeu ou o que houve afinal?

A do Cruzeiro eu já tinha parado de jogar bola. Eu estava dando uma entrevista que tinha parado de jogar bola e neste dia estava com o Roberto Drummond quando o telefone tocou. Eu atendi e era o presidente do Cruzeiro Benito Masci. Ele me fez o convite e eu disse: presidente mas eu estou aqui dando entrevista que vou para de jogar bola (risadas) e ele disse não pára, vamos conversar. E eu disse que não tinha mais condições . Porem a dietoria do Cruzeiro insistiu muito e acabamos fazendo um contrato de 3 meses. Aí então eu fiquei treinando no Cruzeiro por uns dois meses mas aí eu vi que não tinha mais condição fisica. eu tinha que tomar remedio pra jogar bola e não tinha mais condição fisica. Eu tinha de ter uma preparação muito grande para mim jogar. Então eu fui parando e no final eu não estava nem indo treinar mais. Foi então que o presidente falou que eu tinha de fazer pelo menos um jogo. Então fiz um jogo e parei.

17) Qual foi ou foram os melhores zagueiros contra quem você jogou?
Figueroa, Mozer e Julio Cesar.

18)E para você qual foi o seu gol mais bonito?
Eu gosto muito do gol que fiz contra a Polonia pela seleção brasileira.

Foi sua estreia na seleção não é Reinaldo?
Foi minha estreia e eu dei aquele chapeuzinho. O gol da placa aqui no Mineirão eu tambem gosto, contra o America de Natal.



E o gol do chapeu sobre o Abel?
Ahh tem este aí mesmo. Este sobre o Abel foi espetacular.


19) E o tão badalado time do Santos, apelidado de Meninos da Vila. Quem merecia estar na seleção para esta copa?

Acho que o Santos tem jogadores que serão titulares da seleção. Robinho já é um deles e ele é genio. Este já é titular. Mas tem tambem o Neymar e o Ganso que estão numa fase espetacular e merecem a oportunidade de ir a Copa. Estes treinadores tem de ter coerencia nos seus discursos pois eles dizem que irão a Copa os melhores no momento e os melhores agora são estes. E até se não estiver melhor, apesar que o treinador tem as suas razões que a propria razão desconhece....(risadas) Eu acho que se ele trocasse Julio Batista pelo Neymar, Josué pelo Ganso acrescentaría para o grupo. Tudo bem que os caras estiveram com o Dunga este tempo todo mas ele não pode desviar a historia. Neymar fora da Copa é desviar a historia.

20) Quais são seus favoritos para a Copa ?

O Brasil sempre é favorito. Apesar que eu acho que vai ficar mais didicil pro Brasil esta Copa. Eu acho que a Espanha está muito bem, vem com um time muito bom. A Italia é sempre um time de resultados e a Inglaterra que tem uma seleção interessante.

E a Argentina Reinaldo?

Ahh eu não acho o time da Argentina bom não, apesar que eles sempre conseguem se superar atraves de muita raça. Eles tem uma determinação uma vontade quando a coisa vale capaz de superar esta deficiencia tecnica deles.

21) E seu projeto do BH Futebol Cultura. Como está e o que falta para decolar?

Falta uma politica no esporte deste país. Porque um clube como o nosso que tem patrimonio , um clube organizado que não tem divida nenhuma mas tambem não temo nenhum patrocinador. Eu acho que com a Copa do Mundo e as Olimpiadas vai haver um insentivo. O governo precisa deste fomento no futebol. Esta é a grande dificuldade que a gente tem aqui. Porem hoje com muito esforço e sacrificio a gente aqui toca o nosso projeto e estamos disputando o campeonato mineiro de juniores mas o que esperamos é chegar na primeira divisão do futebol brasileiro. Nosso clube não é um clube somente para a formação de jogadores. É claro formamos jogadores e vendemos jogadores mas temos objetivos maiores e a gente ve espaço principalmente aqui em Minas Gerais para estar disputando a primeira divisão do campeonato mineiro.
Tivemos um projeto aprovado pelo Minsiterio do esporte que não traz lucros finaceiros mas é educacional. Isto já é bom mas queremos começar a disputar a terceira divisão do mineiro em breve.

22) Pra finalizar o blog FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS tem a honra de realizar sua primeira entrevista com um dos maiores jogadores de todos os tempos no futebol brasileiro. Um jogador genial, que pensava segundos a frente de outros e que nos proporcionou gols antologicos. e inesqueciveis.
Que o povo brasileiro não se esqueça dos seus idolos e que dirigentes da CBF e dos clubes possam valorizar estes ex atletas como eles merecem.
O que pensa disto?

É muito triste que um país pentacampeão do mundo, que tem uma paixão enorme pelo futebol não tenha tanta memoria daqueles idolos que cescreveram esta historia. A CBF está muito bem organizada, é uma entidade muito poderosa mas acho que antes da CBF o governo deveria ter uma politica para o esporte como eu já havia falado. As centenas de clubes que existem no pais necessitariam de um maior apoio e um amparo pois a carreira de jogador de futebol é desgastante e depois que você encerra a carreira de jogador de futebol, você cai na sociedade sem muita experiencia, sem maiores habilidades e é cobrado por esta mesma sociedade. Durante a carreira o atleta trabalha com seu corpo em tempo integral e muitas vezes não tem tempo paro um estudo mais especifico e depois fica sem amparo.A maioria dos jogadores são aposentados por invalidez que é a herança que muitos ficam do futebol, com dores no corpo , alguns mancando e alem do problema fisico muitos ficam com problema pscicologicos.
Existe uma grande rejeição dos clubes para com seus idolos . Muitos não sabem respeitar seus idolos. Clubes que não respeitam seus idolos acabam pagando por isto. Falo isto porque eu mesmo sou considerado o maior idolo do Atletico, aclamado na rua e os torcedores gostam muito de mim mas os diretores não querem nem que eu passe perto do clube (risadas), A gente lamenta. este clube mesmo que eu criei era para ser uma extensão do Atletico . O clube tem 19 anos e eu nunca recebí nada, absolutamente nada do Atletico. A gente fica muito decepcionado com estes clubes e por isto eu fiz o BH Futebol Clube. Pelo menos aqui eu posso viver o futebol com tranquilidade, sem estas picuinhas pessoais.Claro que quando falo do não reconhecimento estou falando do clube e não dos torcedores. Passaram inumeras diretorias pelo Atletico e ninguem nunca valorizou os ex jogadores, aliás eu sempre fui rejeitado. A gente fica magoado por ter tomado tanta porrada por causa do Atletico fazer a historia do clube e não ser reconhecido.
Sou o maior artilheiro da historia do Mineirão e outro dia fui barrado no estadio, não me deixaram entrar para ver o jogo do meu Galo.
Ao final da entrevista o gesto dos Panteras Negras partido revolucionario dos Estados Unidos nos anos 60 e 70 imortalizado por Reinaldo nas comemorações dos seus gols.
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Dedico esta primeira entrevista ao amigo da FTT e meu pessoal Paulo Senra que foi quem fez o primeiro contato com o Reinaldo me passando o seu contato.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Encontros eternizados - ZIZINHO & CLAUDIO




Zizinho o meio campo do Flamengo dá um abraço em Claudio Christovam do Corinthians em uma convocação da seleção brasileira em 1949. Na vitoria sobre o Chile no dia 13 de Abril de 1949 por 2x1 um gol de Zizinho e um gol de Claudio proporcionaram o resultado vitorioso da seleção do Brasil.

sábado, 24 de abril de 2010

Revista do Dia - MANCHETE ESPORTIVA 1959


Desde 1950, muitos jogadores foram aplaudidos no Maracanã. Outros tantos foram vaiados. Mas qual foi a maior vaia da história do estádio mais tradicional do país? Ela ocorreu há exatos 50 anos. Em 13 de maio de 1959, a seleção brasileira entrou em campo pela primeira vez no país depois da conquista de seu primeiro título mundial, no ano anterior. Oito campeões na Suécia foram escalados por Vicente Feola para enfrentar a Inglaterra em um Maracanã superlotado.
Duas ausências eram Vavá (que havia trocado o Vasco pelo Atlético de Madri) e Zagallo. Mas uma em especial desagradou a imensa maioria dos mais de 130 mil torcedores presentes. Feola optou por deixar Garrincha na reserva, escalando Julinho Botelho na ponta-direita.
Titular e um dos destaques do Brasil na Copa de 54, Julinho não foi ao Mundial disputado quatro anos depois por atuar na Fiorentina, onde brilhou intensamente e até hoje é lembrado .
Mas quase um ano depois da Copa, Julinho estava de volta ao Brasil – vestindo a camisa do Palmeiras. Feola decidiu escalá-lo contra a Inglaterra, deixando Mané no banco. Ao entrar em campo, após seu nome ter sido anunciado pelo locutor do estádio, o titular foi impediosamente vaiado. ‘Irmão mais velho’ de Garrincha, Nilton Santos teria dado força ao titular: “Vai lá e faz eles engolirem essa vaia”.
E foi o que o camisa 7 fez. E rapidamente. Precisou de apenas dois minutos e meio para operar o milagre de transformar vaias em aplausos. O ponta arrancou pela direita e abriu o placar para o Brasil. Na comemoração, liberou a raiva até então contida. E Julinho não se contentou com isso. Fez uma apresentação brilhante e deu o passe para Henrique marcar o segundo gol brasileiro, aos 28 minutos. Final: Brasil 2 x 0. Mais uma vitória da seleção. E um triunfo especial de um craque do futebol.
Perguntado pelos jornalistas sobre sua exibição de gala, Julinho respondeu:
“De que maneira poderia replicar às vaias? Confesso que fiquei estupefato com os apupos. Natural que preferissem Garrincha. Vaiar-me porquê? O público esquece depressa, de certo já não se lembrava de mim. Pois tudo que fiz contra os ingleses foi reavivar a memória do público. De resto, tudo bem: o público acabou fazendo as pazes comigo” – disse.

Craque da Semana - " FLAVIO MINUANO"

O INICIO NA VARZEA

Flávio Almeida da Fonseca, mais conhecido como Flávio Minuano, Flávio Bicudo ou simplesmente Flávio é um dos maiores artilheiros da história do futebol brasileiro e mundial. Por onde passou, marcou época com seus gols decisivos e sua humildade. Flávio nasceu na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no dia 9 de setembro de 1944. Quando menino, Flávio tocava saxofone e entregava jornais, profissões que trocou depois pela de jogador de futebol. Começou sua cerreira no futebol no Real Madri, equipe de várzea da cidade de Porto Alegre, de onde ele se transferiu para o Sport Club Internacional em 1959.

FLAVIO APARECE PARA TODO PAÍS NO INTER
Em 1959 foi fazer um teste para ingressar nas equipes infantis do Sport Club Internacional e marcou três gols em 35 minutos de partida. O grande feito lhe rendeu a camisa número 9 do colorado, onde jogou como profissional de 1961 até 1964. Ingressou no time principal do Internacional em 1961, sendo campeão gáucho aquele ano e ganhando o apelido de Flávio Bicudo. Porem apesar de artilheiro, Flavio somente conqusitou um titulo gaucho,logo em seu primeiro ano 1961. O futebol no estado era comandado pelo Grêmio que já havia conquistado os titulos de 56, 57, 58, 59, 60 e teve a serie quebrada em 61 mas prosseguiu até 68. Flavio neste periodo travou grandes duelso contra Airton Pavilhão.

FLAVIO AGORA É DO CORINTHIANS


Flavio e um fã mirim em 1964.

Em 1964 transferiu-se para o Corinthians aonde ficou até 1969. Mesmo não conquistando nenhum título foi o artilheiro do estadual de 1967 com 21 gols (superando Pelé) e marcou um dos gols que quebrou o tabu de 11 anos que o Corínthians ficou sem ganhar do Santos. Foi neste período que ganhou do locutor Geraldo José de Almeida o apelido de Flávio Minuano, numa alusão ao vento minuano, característico do Rio Grande do Sul.

Flavio formou um belo ataque no Corinthians com Rivelino, Buião e Paulo Borges mas acabavam perdendo as decisões para o quase imbativel time do Santos e aumentando a cada ano a fila de espera da torcida.

Flavio é até hoje o nono maior artilheiro da historia do Corinthians.

Segundo o Almanaque do Timão (de Celso Unzelte), Flávio marcou 166 gols pelo alvinegro, sendo um deles na histórica vitória sobre o Santos, em 1968, quebrando um longo tabu sem vitórias sobre o time da Vila Belmiro . Por causa deste gol, Flavio juntamente com Paulo Borges foram homenageados recentemente pela diretoria do Corinthians colocando seus pés na calçada da fama no Museu do Clube em Parque São Jorge .
CAMPEÃO BRASILEIRO PELO FLUMINENSE



Atuou pelo Fluminense de 1969 a 1971, tendo conquistado os títulos de Campeão Carioca de 1969, 1971 e a Taça de Prata de 1970 onde foi grande destaque, apesar de ficar fora das finais por contusão. Foi substituído por Mickey que honrou sua camisa de número nove.
Foi o artilheiro do Fluminense na Taça de Prata com 11 gols e do Campeonato Carioca de 1969 com 15 tentos.Em pouco tempo de Fluminense tem a preciosa marca de 92 gols em 115 jogos.
Autêntico centroavante, com excelente porte físico, valente e oportunista, cansou de estufar as redes adversárias levando ao delírio a torcida tricolor.Ganhou o apelido de "minuano" devido a sua origem ( RS ) e a ventania e estragos que produzia nas defesas adversárias.
Segundo tricolores mais idosos só um centroavante foi superior a Flávio; o jogador Waldo.
Formou um ataque inesquecível onde junto com ele brilhavam Cafuringa, Samarone e Lula.


Time campeão carioca em 1971

São Paulo, 7 de novembro de 1970.
O Campeonato Brasileiro se aproxima de sua reta final. O Palmeiras lidera o Grupo A, com 12 pontos. O Fluminense lidera o Grupo B, com 15 pontos. A equipe paulista possui a melhor defesa do certame, ao passo que o ataque tricolor é o mais positivo.

O duelo entre os dois melhores times do Brasil atraiu uma multidão ao Morumbi. A torcida tricolor se fez presente na Terra da Garoa, dando uma lição de como se deve torcer: palmas, pó-de-arroz e bandeiras.
Antes da peleja, a imprensa via "dois times de ótimas defesas e ataques razoáveis". A Placar apontava o Palmeiras como favorito, e argumentava: "No gol está a diferença, pesando mais a favor do Palmeiras: o firme Leão de um lado; o irregular Félix do outro". Leão acabaria nem jogando, e Félix, mais uma vez, calaria seus críticos.
Certa hora, o árbitro Sebastião Rufino inventa um pênalti para o Palmeiras. César chuta, Félix pula à esquerda e defende. Era mesmo um dia perfeito para o Fluminense.
Aos 25 minutos, falta de Baldocchi em Samarone. Flávio bate no ângulo: Fluminense 1 a 0.
Aos 37 minutos, tabela de Samarone e Flávio. Mais um gol de Flávio: Fluminense 2 a 0.
Aos 9 minutos do segundo tempo, Flávio tira a bola de Nelson e empurra para as redes: Fluminense 3 a 0.
Estava decidido: o melhor time da Taça de Prata é mesmo o Fluminense.
Só uma pessoa poderia estragar o espetáculo bonito, de gols e bola correndo pelo chão: o juiz Sebastião Rufino. Ele quase conseguiu isso, quando expulsou Flávio, o artilheiro do jogo. Escrevi artilheiro do jogo, mas preciso ampliar: com os três tentos de hoje, Flávio chegou a onze, e agora é também o artilheiro do campeonato


A VOLTA AO CLUBE QUE O PROJETOU

De volta a Porto Alegre e ao Internacional , Flavio usou de toda sua experiencia para ajudar ao clube a conquistar o seu primeiro campeonato brasileiro. E fez mais pois com sua participação o Colorado conquistou logo o bicampeonato em 75 / 76.

Logo na estreia do campeonato na primeira partida fez 2 gols na vitoria do Inter por 3x1 sobre o Figueirense. No segundo jogo nova vitoria ,desta vez fora de casa contra o Vitoria por 5x0 e novamente mai um gol seu.

Flavio e Lula ao fundo, formaram
um belo ataque no Inter.

O terceiro jogo tambem fora de casa e nova vitoria pelo magro placar de 1x0 sobre o Goiania. Adivinhe gol de quem? Ele, Flavio Minuano. A quarta partida aconteceu contra a portuguesa e a vitoria por 2x0 com mais 2 gols do artilheiro. A esta altura aqueles torcedores que pensaram estar velho o atacante tiveram de se curvar e ver que ele chegou ao clube como solução para a escassez de gols e não falhou em sua missão..

Flavio e o gol, uma rotina no brasileiro de 75.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Pela seleção brasileria jogou de 1963 a 1966 atuando em 18 partidas fazendo 8 gols.

E Flávio ainda tem mais uma marca expressiva. Ele afirma ter feito 1.070 gols em toda sua carreira. Em julho de 1973, em entrevista à revista "Placar", Flávio, então no Porto (POR), revelou que seu empresário e dois jornalistas o ajudaram a fazer uma lista, e que ele já somava 972 gols desde as categorias de base, tendo anotado o milésimo gol em 1976. "Foi quando eu jogava pelo Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, em uma partida contra o Caxias no Alfredo Jaconi. Acho que foi empate de 3 a 3. O pessoal lá comemorou, teve um oba-oba, mas foi uma coisa superficial. O Brasil não ficou sabendo. Recentemente, fizeram um levantamento e me falaram que eu fiz 1.070 gols no total. Isso é o que me falaram, eu não tenho certeza (risos)."Segundo a edição especial da revista Placar "Os Grandes Artilheiros", Flávio fez 448 gols em jogos oficiais, sendo o 17º maior artilheiro do futebol brasileiro. Atualmente, Flávio trabalha com escolinhas infantis de futebol em São Paulo, no distrito de Ermelino Matarazzo.


Garrincha, Ademir da Guia, Flavio, Pelé e Rinaldo


ESQUECIDAS FAÇANHAS DESTE ARTILHEIRO

*Campeão gaúcho pelo Internacional em 1961;
*Placa no Corinthians por 166 gols e por ser o autor do gol que quebrou o jejum de 11 anos sem vitória sobre o Santos:
*Gol do título de Campeão da Taça Guanabara pelo Fluminense em 1969;
*Gol do título de Campão Carioca em 1969
*Goleador do campeonato carioca de 69 pelo Fluminense:
*Jogou somente 2 anos no Flu e é o quarto maior goleador da história do clube;
*Ìdolo e goleador no Porto(Portugal) onde jogou de 72 a 75
*Vários jogos com Pelé como titular na seleção brasileira:
*Campeão Brasileiro pelo Internacional em 1975;
*Goleador do campeonato brasileiro de 75;
Valdomiro disse que foi o centroavante mais completo com quem ele jogou.
 
Clubes
1961 - 1964: Internacional
1965 - 1969: Corinthians
1969 - 1971: Fluminense
1972 - 1975: Porto
1975 - 1976: Internacional
1977 - 1977: Pelotas
1977 - 1977: Santos
1978 - 1978: Figueirense (SC)
1979 - 1979: Brasília
1981 - 1981: Jorge Wilstermann
 

Títulos
1961 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional
1969 - Campeão do Camepeonato Carioca - Fluminense
1970 - Campeão do Campeonato Brasileiro - Fluminense
1975 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional
1975 - Campeão do Campeonato Brasileiro - Internacional
1976 - Campeão do Campeonato Gaúcho - Internacional

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Revista do Dia - PLACAR 1971


Revista Placar de dezembro de 1971. Na capa os tres campeões brasileiros Humberto Monteiro, Vanderlei Paiva e Vantuir.
O Atletico sagrava-se neste ano o primeiro campeão brasileiro nos novos moldes do campeonato criado pela CBF.

Encontros eternizados - DI STÉFANO, MESSI E MARADONA


Messi receb o Premio "Di Stéfano" entregue todos os anos ao melhor jogador do campeonato espanhol. Recebeu o premio das mãos do proprio Di Stéfano e de Maradona convidado pelo Barcelona.
Messi no meio de tanta alegria não se esqueceu de dizer: «Estou mais orgulhoso do que nunca por estar ao lado de Maradona e Di Stéfano e muito contente por terem sido eles a me entregarem o prémio».
Eis na foto acima o encontro de tres gerações de genios argentinos.

Esquadrão Inesquecivel - CORTIBA 1973


Este time começou a ser formado no final dos anos 60. Conquistaram o bicampeonato de 68 e 69 e somente tiveram uma enorme sequencia quebrada pelo titulo do Atletico em 70 . Depois deste "tropeço" o Coritiba voltou a vencer os paranaenses de 71,72,73,74,75 e 76.
O Coritiba era o atual Bicampeão Estadual, vinha de um 5º lugar no Campeonato Brasileiro e da internacional conquista da Fita Azul, em 1972, cedida pelo conceituado jornal Gazeta Esportiva, de São Paulo. Porém, o Clube não era considerado um dos favoritos. Grande engano, pois um time que tinha Jairo, Orlando, Oberdan, Cláudio, Nilo, Hidalgo, Negreiros, Sérgio Roberto, Tião Abatiá, Hélio Pires, Zé Roberto, Néo, Dreyer, Aladim , Reinaldinho e Dirceu tinha raça, amor e vibração.



Nilo o lateral esquerdo com passagem pela seleção brasileira.


Um belissimo esquadrão campeão paranaense e do Torneio do povo

O Torneio do Povo foi disputado pelas eqipes que possuiam na época as maiores torcidas em seus estados. Assim o Flamengo do Rio, Corinthians de SP, Atletico de MG, Inter do RS, Bahia da BA e o Coritiba do PR.
Campanha: 4 vitórias - 3 empates - 1 derrota


Hidalgo o grande lider deste time
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OS 3 JOGOS DA FASE FINAL


21/02 - CORITIBA 1 X 0 CORINTHIANS

Local: Belfort Duarte - PR
Árbitro: José Aldo Pereira (RJ)
Gols: Oberdã aos 43´ do 2º tempo
Renda: Cr$ 149.649,00 para 18.965 pagantes
CORITIBA: Jairo; Orlando, Pescuma, Oberdan e Nilo; Hidalgo e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Leocádio, Zé Roberto e Cláudio. Treinador: Tim.
CORINTHIANS: Ado; Zé Maria, Vágner, Luís Carlos e Miranda; Tião e Adãozinho (Nélson Lopes); Vaguinho, Mirandinha (Tião Marino), Lance e Marco Antônio. Treinador: Duque

Oberdan fez o gol contra o Corinthians no
final da partida. Aqui ele aparece coma faixa de
tricampeão paranaense de 71-72-73


25/02 - CORITIBA 1 X 0 FLAMENGO

Local: Maracanã - RJ
Árbitro: Sebastião Rufino
Gols: Zé Roberto aos 28' do 2º tempo
Renda: Cr$ 218.371,00 para 27.402 pagantes

CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo (Dreyer) e Negreiros; Sérgio Roberto (Reinaldinho), Zé Roberto, Leocádio e Aladim. Treinador: Tim.
FLAMENGO: Renato; Moreira, Chiquinho, Fred e Rodrigues Neto; Liminha e Chiquinho II; Rogério, Dario, Doval e Arílson (Víctor). Treinador : Zagalo.

Ze Roberto faz o gol da vitoria contra o Flamengo.

21/03 - CORITIBA 2 X 2 BAHIA
Local: Fonte Nova - Salvador
Árbitro: José Marçal Filho (RJ)
Gols: Aladim aos 24´ do 1º; Fito aos 14´ Perí aos 16´ e Hélio Pires aos 27´ do 2º tempo
Renda: Cr$ 168.607,00 para 21.975 pagantes
Expulsões: Hidalgo e Cláudio aos 16´ do 2º tempo, além do diretor de futebol, Luiz Afonso

CORITIBA: Jairo; Orlando, Oberdan, Cláudio e Nilo; Hidalgo e Negreiros (Dreyer); Leocádio (Reinaldinho), Hélio Pires, Zé Roberto e Aladim. Treinador: Tim.
BAHIA: Zé Luís; Ubaldo, Washington, Roberto e Romero; Baiaco e Fito; Natal, Douglas, Picolé (João Daniel) e Perí. Treinador : Evaristo de Macedo.
Detalhes:
· O Coritiba saiu ganhando com um golaço de Aladim, de fora da área. O Bahia empatou de pênalti e virou para 2x1, em um lance discutível. Por reclamação, Hidalgo e Cláudio acabaram expulsos e o time alviverde jogou 30 minutos com dois atletas a menos.
· A expulsão de Hidalgo, que tentou agredir o árbitro, foi a única em toda sua carreira.
· Quando o estrategista Tim bolava uma tática pouco convencional, ele dizia ter criado uma "Arataca". Depois da expulsão dos dois atletas paranaenses, Tim bolou: "Vamos deixar o Hélio Pires enfiado no meio dos dois zagueiros, segurando ambos, para ganhar um homem. O Zé Roberto cai totalmente aberto pela esquerda, e fica cruzando bola para ele, entre os dois zagueiros. Vou trocar os meias ofensivos por volantes, para recompor minha defesa. E a ordem para o time é: toda e qualquer bola que a defesa ou o meio pegarem, devem lançar rapidamente para o Zé Roberto".
· O gol de empate Coxa, o do título, é digno de nota: Zé Roberto lançou na medida Hélio Pires, no meio dos dois zagueiros. Um torcedor baiano (Antônio Sá Teles) apitou das arquibancadas e a defesa do Bahia parou, pensando ter o juiz marcado impedimento. Dreyer gritou "Chuta logooo...". Nosso atacante prosseguiu e empatou o jogo.
· Reparou ? Entre o segundo tento baiano e o gol do título se passou apenas onze minutos. Ou seja, a "arataca" criada por Tim foi altamente eficiente.
· Quando o árbitro deu a partida por encerrada, os jogadores do Coritiba correram para comemorar a conquista no vestiário. Os dirigentes baianos pressionaram o juiz, por não ter dado descontos, decorrentes da confusão ocorrida na expulsão dos jogadores coritibanos. Os atletas foram então obrigados a voltar ao gramado para jogar mais três minutos

sábado, 17 de abril de 2010

Encontros Eternizados - VAN BASTEN & BREITNER



Paul Breitner entrega o prêmio de Melhor Jogador do Mundo (Bola de Ouro) em 1989 a Marco Van Basten.

Manchete - Tostão e Pelé


Edição de 20 de Junho de 1970. A revista trazia como materia principal o retorno de Tostão as vesperas do inicio da Copa, recuperado da operação no olho.
A manchete trazia os dizeres JOÃO SALADNHA NO PAREDÃO alusiva a condição de Pelé e Tostão atuarem na mesma posição.

Craque da Semana - BELLINI

O INICIO DA CARREIRA

A partir de 1949, já decidido a virar jogador de futebol, a vida de Bellini mudou. O futuro zagueiro da Seleção Brasileira espantava os torcedores da região com sua determinação e já era titular de todas as equipes que defendia. A notícia de um zagueiro estiloso logo circulou pelas cidades vizinhas e chamou a atenção de alguns olheiros de clubes menores. Depois de observar o futebol de Bellini de perto, o olheiro Mauro Xavier da Silva não esperou a ansiedade para contar ao clube onde trabalhava, o modesto Sãojoanense, que contava em seus quadros com um tal de Mauro Ramos de Oliveira. Pegou o primeiro ônibus de Itapira para São João da Boa Vista e, já no começo da madrugada, bateu na porta do presidente Francisco de Bernardes, que ainda sonolento, pediu que voltasse no outro dia. Foi quando Mauro insistiu e acabaram conversando. Bellini ficou por três anos no clube e mesmo atuando pela segunda divisão do futebol paulista, chamou a atenção dos grandes da capital.


O VASCO EM SUA VIDA

Iniciou a sua carreira entre 1949 e 1951, quando atuou pelo Sanjoanense, de São João da Boa Vista, no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Sempre jogando duro, mas com muita lealdade, Bellini chamou a atenção dos dirigentes do Clube de Regatas Vasco da Gama, que resolveram levá-lo para São Januário. O técnico Flávio Costa, que dirigia a equipe naquela época, foi que lhe ensinou a jogar sério e sem enfeitar. Desta maneira não demorou a ganhar a confiança e respeito da torcida vascaina. Durante os dez anos que permaneceu no Vasco, Bellini conquistou três títulos estaduais: 1952, 1956 e 1958, e duas Copas do Mundo 1958 e 1962.

Bellini em ação contra o Flu


Realmente 1958 foi um ano inesquecível para ele. Neste ano, teve a honra de ser o primeiro brasileiro a levantar a Taça Jules Rimet, quando o Brasil derrotou os donos da casa na final da Copa do Mundo da Suécia. Após o término da decisão, recebeu do rei sueco Gustavo Adolfo o troféu e seu gesto de erguê-la ao céu entrou para história do futebol mundial. Para imortalizar tal imagem, foi construída uma estátua de bronze no Estádio do Maracanã.

Almir e Bellini

Com algumas propostas na mão, Bellini apostou alto e preferiu acertar com o Vasco da Gama e partiu para o Rio de Janeiro, que sem saber o quanto que o clube carioca tinha pago pelo seu passe, assustou-se ao verificar o primeiro salário recebido, um valor extremamente superior ao que ganhava no humilde Sãojoanense.
A trajetória de Bellini no Vasco pode ser considerada cinematográfica. Ali o capitão permaneceu por dez anos, conquistando três títulos cariocas, em 1952, 1956 e 1958, formando na época uma equipe simplesmente espetacular; Barbosa, Dario, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Rubens; Sabará, Almir, Vavá e Pinga


No Campeonato Carioca de 58, o Vasco foi super-supercampeão, depois de disputar dois triangulares decisivos com o Botafogo e Flamengo. Naquele ano, a zaga do Vasco era uma verdadeira muralha contra os ataques adversários e Bellini com sua simplicidade e seriedade se destacou, repetindo as atuações do mundial conquistado pelo Brasil na Suécia.


Quatro anos depois, o Brasil foi para o Chile, onde conquistou a sua segunda Copa do Mundo. Desta vez, o grande capitão de 1958 ficou na reserva de Mauro, zagueiro do Santos e quem o substituiu na função de líder da equipe e, nem por isso reclamou de não estar entre os 11 titulares. Casos como estes mostram como o senso profissional era uma das suas características mais marcantes.
Bellini é considerado até hoje o maior capitão na historia do Vasco da Gama.

O ZAGUEIRO VAI PARA O SÃO PAULO

Em 1962, foi vendido ao São Paulo, entrando no lugar do zagueiro Mauro Ramos. Ficou no clube por seis anos, e não conquistou nenhum título por ele. É que na época o tricolor paulista estava construindo seu estadio, o Morumbi e o futebol passava por um periodo dificil.
Bellini contra o Corinthians. Sempre firme na marcação.

Bellini tentou com sua raça e liderança ajudar o clube a sair da fila mas a diretoria não contratava grandes jogadores e os titulos acabaram não vindo.



Bellini é o primeiro de pé a esquerda


BELLINI ENCERRA A CARREIRA NO FURACÃO
Bellini não era muito técnico. Pelo contrário, sua principal característica era o vigor físico, a excelente impulsão e o ótimo posicionamento. Além disso, seu espírito de liderança e a disposição para treinar foram características que contribuíram para sua carreira gloriosa. Quando chegou ao Atlético, Bellini tinha quase 38 anos. Era bicampeão mundial e consagrado internacionalmente. Mas nem por isso perdeu a humildade. Tratava a todos de modo igual, desde o juvenil até o presidente.


Em 1968 acabou arriscando tudo ao aceitar uma proposta do Atlético-PR, na época uma equipe desconhecida da maioria dos torcedores. Junto com ele, também foi outro veterano, Djalma Santos, que também foi campeão mundial em 58 ao lado de Bellini. Na capital paranaense, atuaram por três anos, conquistando o campeonato paranaense no último ano como profissionais.Bellini, já com 40 anos, ainda exibia grande forma física, graças a fidelidade com as obrigações extra-campo. Já casado, o capitão atuou no Furacão com a mesma responsabilidade de quando era iniciante, exibindo um futebol sério e passando segurança à equipe.
Com o título em 1970, decidiu pendurar as chuteiras, apesar dos pedidos para prosseguir atuando. E assim, o homem que erguera a taça pela primeira vez, sentiu o cansaço e decidiu baixar os braços, para a tristeza do mundo futebolístico.

Bellini com o prefeito de Curitiba

O GRANDE CAPITÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Bellini fez sua estréia na Seleção Brasileira em 1957, nas eliminatórias para a Copa de 58 na Suécia, mais precisamente no dia 13 de abril, no empate em 1 a 1 contra o Peru, em Lima. Devido a sua seriedade em campo, o técnico Vicente Feola lhe deu a tarja de capitão já na reta final da preparação para a Copa do Mundo, após ser elogiado publicamente pelo Marechal da Vitória, Paulo Machado de Carvalho. Durante o mundial na Suécia, demonstrou muita seriedade e um estilo de jogo acima da média para os beques da época. O título e o gesto de levantar a taça Jules Rimet só coroaram o excelente mundial realizado. Bellini certa vez disse: "Foi sensacional ir à Suécia em 58, ainda garoto.
Ser convocado já era um prêmio. Ser titular e capitão de uma seleção que só tinha feras então, nem era bom pensar.
 
São poucas as pessoas no mundo que podem se orgulhar de ter criado algo, um produto, uma fórmula, um objeto e, até mesmo um gesto. Assim como surgiu o cumprimentar de mãos, o abraço, o beijo no rosto, Bellini pode se orgulhar de ter feito pela primeira vez um movimento que alegra dos mais jovens aos mais idosos, do mais rico para o mais pobre. Graças a ele, foi criado um dos gestos mais significativos do futebol e, até mesmo, dos outros esportes; o levantar da taça de campeão. Os brasileiros em especial, jamais esquecerão daquele gesto feito por Bellini no dia 29 de junho de 1958, dia em que conquistamos o primeiro título mundial, ao vencermos a Suécia por 5 a 2. Foi uma copa que jamais esqueceremos, pois foi neste mundial que o mundo conheceu Pelé, Garrincha, Gilmar e também o nosso capitão que orgulhosamente levantou a taça de campeão.




Bellini e o gesto imortalizado




Bellini e seus dois companheiros de Vasco e seleção, Vavá e Orlando

Junho de 1958. O Brasil vence a Suécia por 5 a 2 e conquista sua primeira Copa do Mundo. Como capitão daquela equipe que foi a pura expressão do futebol arte, entrou para a história ao erguer a Taça Jules Rimet aos céus. Com o seu estilo sóbrio de jogar, Bellini sempre foi muito respeitado por todos nos clubes em que atuou como profissional. Isto ocorreu no Sanjoanense, onde iniciou a sua brilhante carreira , no Vasco, clube que o projetou nacionalmente e que lhe deu as suas maiores alegrias como atleta, no São Paulo e no Atlético Paranaense, onde abandonou o futebol aos 39 anos. Sua liderança dentro de campo sempre pode ser notada, quando exigia seriedade e respeito de seus companheiros ao adversário.



O grande capitão brasileiro

Representou o Brasil em 3 Copas: a de 1958 foi o capitão, jogou ao lado de Orlando Peçanha, a dupla de zaga da seleção era a mesma do time titular do Vasco, e fez um gesto copiado até hoje pelos jogadores, a de levantar a taça, na ocasião ele teve que levantá-la pois os fotógrafos não estavam conseguindo visualizar a Taça Jules Rimet; no bicampeonato, apenas "esquentou" banco para Mauro e Zózimo(Bellini já atuava no São Paulo); na Copa do Mundo de 1966, formou dupla de zaga com Altair, porém o Brasil foi eliminado na primeira fase




O mais famoso ponto de encontro dos torcedores que vão ao Maracanã é uma estátua de bronze, em frente a rampa da Avenida Maracanã, representando um jogador simbolico erguendo a Taca Jules Rimet. Erigida para homenagear os bi-campeões mundiais de 58/62, a estátua reproduz o imponente gesto imortalizado por Bellini, até hoje imitado pelos capitães das seleções campeãs das Copas. O rosto da estatua nao apresenta a menor semelhançca com o capitão da seleção campeã do mundo de 58 - ao contrário, dizem que ela se parece com o antigo cantor popular Francisco Alves. Apesar disso, a estátua foi logo batizada de Bellini pelo torcedor carioca. Bellini era também o capitão da equipe do Vasco e um jogador fortemente identificado com a camisa cruzmaltina. Porém, não importando para qual clube torcem, muitos frequentadores do Maracanã costumam marcar encontro "no Bellini".


Didi e Bellini erguem a Taça de campeão do mundo em 68























terça-feira, 13 de abril de 2010

Propaganda das camisas BAN TAN

Idolos de milhões de torcedores.......
......campeões tambem na elegancia !



Gilmar - Mazzola - Bellini

Os astros mais queridos do nosso futebol elegeram Ban -Tan Ramenzoni. É uma escolha de elegancia de quem sabe vestir bem. Impecaveis no talho e acabamento, as camisas Ban Tan Ramenzoni oferecem, economia, modernos padrões, modelos originais.
Sim eles usam Ban tan Ramenzoni....máscula distinção esportiva.

Encontros Eternizados - ELIS REGINA & PELÉ



Em 1969, o rei do futebol gravou o compacto “Tabelinha” ao lado de ninguém menos do que Elis Regina. No disquinho a dupla gravou duas músicas, “Vexamão” (nome propício para o desempenho de Pelé) e “Perdão Não Tem”.

Esquadrão Inesquecivel - FLAMENGO 1987

FLAMENGO 1987 - CAMPEÃO BRASILEIRO
Um time muito bem armado pelo competente tecnico Carlinhos. Jogadores que formaram a base no tri campeonato brasileiro em 80-82-83 como Leandro, Andrade e Zico se juntaram a outros experientes como Edinho vindo da Udinese-IT e Renato Gaucho do Grêmio. Se o time possuia jogadores experientes aliou a isto jovens valores como o lateral esquerdo Leonardo e Jorginho com 22 anos na lateral direita.
Bebeto , Ailton, Zinho e Ze Carlos tambem eram jovens jogadores.
A mescla foi muito bem feita pelo tecnico Carlinhos que manteve o estilo cadenciado que caracterizou o tricameponato do Flamengo no inicio dos anos 80.


Leandro, Ze Carlos, Andrade, Edinho, Leonardo e Jorginho
Agachados: Bebeto, Ailton, Renato Gaucho, Zico e Zinho.

Outros Jogadores: Cantareli, Júlio Cesar, Zé Carlos II, Guto, Aldair, Flavio, Airton, Kita, Gerson, Vandick, Alcindo, Henágio, Leandro Silva e Nunes.


Leandro foi peça fundamental no esquema do tecnico Carlinhos.

A SEMIFINAL - A HORA DA VERDADE
Os mineiros eram favoritos e por terem feito melhor campanha, jogavam a segunda partida em casa. O Cruzeiro após segurar um empate no Beira Rio contra o Inter empatou novamente no Mineirçao em 0x0. A partida foi para a prorrogação e o Inter acabou vencendo por 1x0.
Na outra semifinal, o invicto Atlético-MG pegou o Flamengo no Maracanã. Impulsionado pela sua gigantesca torcida, o time rubro-negro venceu por 1 a 0, gol de Bebeto. No Mineirão, os mineiros estavam preocupados com a sina que perseguia o Galo nos Campeonatos Brasileiros. Aconteceria de novo? No início parecia que sim. Com uma grande atuação de Renato Gaúcho e Zico, o time carioca fez 2 a 0. Como jogava pelo empate, o Fla relaxou e permitiu o empate dos mineiros. Quando a torcida se enchia de esperança, Renato Gaúcho, em uma arrancada fenomenal, driblou o goleiro e fez o gol da vitória do Flamengo. Mais uma vez, o Atlético-MG perdia em casa sua classificação. O pior é que o time só perdeu duas vezes na competição, justamente quando não podia.
Mostrava mais uma vez naquele ano que craque o Flamengo faz em casa, um time que contava com Zé Carlos, Leandro, Leonardo, Andrade, Ailton, Zico, Aldair e Zinho, a grande maioria deles com ótima passagem pela Seleção Brasileira. Era uma máquina de jogar futebol.



Renato Gaucho desequilibrou no Mineirão.
Ele fez um campeonato perfeito, com raça, ousadia e gols.

A FINAL CONTRA O INTER

O Flamengo era o grande favorito da final. Como se não bastasse eliminar o bicho-papão da Copa União, o time vinha embalado e subindo de produção. O Inter estava numa situação inversa. Depois de assegurar a vaga na semifinal com um ótimo primeiro turno, os gaúchos ficaram em penúltimo no segundo. No Beira-Rio, no dia 6 de dezembro, com um público de 62.228 pagantes, o Flamengo saiu na frente com Bebeto, mas o Inter empatou.
No Maracanã, dia 13 de dezembro, a massa rubro-negra lotou para acompanhar o que seria o quarto título rubro-negro, um dilúvio não impediu que mais de 90 mil pagantes vissem um domínio total do Flamengo. Bebeto fez 1 a 0 logo no início do primeiro tempo. O Inter não conseguiu reagir em nenhum momento do jogo. A meta de Zé Carlos nunca foi ameaçada. A defesa com Jorginho, Edinho, Leandro e Leonardo comportou-se maravilhosamente. A festa estava completa. O Flamengo conquista seu quarto título nacional. Última conquista de um título Brasileiro do Flamengo sob o comando do grande Zico.



"Pensei que passaríamos trabalho no segundo tempo", rememorava Zico. "Só que a reação do Inter não nos assustou." Por quê? Porque o time gaúcho não tinha força suficiente - e essa é quase que sua única arma - e também porque o Flamengo não desmentiu Ênio Andrade. O técnico colorado, consciente de que treina um time limitado, elogiava o de Carlinhos pela seriedade com que passou a marcar a partir do segundo turno.
Bebeto, esse era a imagem da emoção - e agora as lágrimas que lhe valheram o apelido de "chorão" tinham razão de ser. "Dedico o gol e o título à Denise, minha mulher", soluçava ele, segurando a calculadora que ganhara de uma rádio como prêmio.
O mesmo fez o garoto Leonardo, que, também em prantos, balbuciava: "Quando eu deixei os juniores e estreei, na abertura da Copa União, a torcida mal sabia o meu nome." O contraste absoluto estava nas palavras do grande Leandro, que até poderiam soar um tanto cruéis. Segundo ele, certos jogadores do Inter sentiram demasiado o berro do Maracanã. "Não vou citar nomes, mas alguns tremeram. Pareciam petrificados", dizia. Não era crueldade. No silencioso vestiário colorado, dois jogadores, Norberto e Luís Carlos, confirmavam essa constatação. "Faltou personalidade a alguns, e nem vou alegar a pouca idade, pois o cara deve ser macho desde guri", desabafava o capitão Luís Carlos.
Não, Zico não foi o mais brilhante. Mas foi o cérebro e olhos. Um capitão. Um indispensável condutor de craques. Aos 34 anos, o herói de sempre.

Zico e Zinho desfilam com a Taça de Campeão Brasileiro

13/12/1987 - Maracanã
Flamengo 1x0 Internacional
Juiz: José de Assis Aragão (SP);
Renda: Cz$ 20.452.800; Público: 91.034;
Gol: Bebeto, 16 do 1o tempo;
CA: Aluísio e Edinho

Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico (Flávio); Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho. Técnico: Carlinhos

Internacional: Taffarel, Luís Carlos Winck, Aluísio, Nenê e Paulo Roberto (Beto); Norberto, Luís Fernando e Balalo; Hêider (Manu), Amarildo e Brites: Técnico: Ênio Andrade.

Craque da Semana - CARLYLE

CARLYLE UM CRAQUE NO GALO



Natural da cidade mineira de Almenara, Carlyle iniciou carreira em um time amador, de estudantes, o Vinte Reunidos, da Escola de Minas em Ouro Preto, quando ainda era estudante de Metalurgia. Nesta época, sonhava em ser titular do Atlético ou do Fluminense, os dois times que gostava. Seu sonho se realizou depois de formado quando mudou-se para Belo Horizonte. Chegou ao Atlético em 1945, com dezenove anos por onde ficou por três temporadas marcando 62 gols em 80 jogos.



Sem passar por nenhum teste preparatório, compôs logo a linha do ataque alvinegro juntamente com Lucas, Lauro, Alvinho e Nívio. Tornou-se um dos grandes ídolos da torcida atleticana.
Ele foi um dos melhores jogadores do futebol brasileiro em sua época. Com um estilo elegante de dominar a bola, com chute certeiro, dribles desconcertantes e gols espetaculares.



Atletico Campeão Mineiro 1947 - Félix Magno(Técnico), Mexicano, Zé do Monte, Afonso Silva, Kafunga, Carango e Murilo Silva. Agachados: Lucas Miranda, Carlyle, Lauro, Lero e Nívio.

Foi primeiro a vestir a camisa da Seleção Brasileira como jogador do Atlético, em 1948.
Um momento marcante da carreira de Carlyle pelo Atlético-MG foi em um clássico contra o América. Após marcar o quarto gol do time em uma goleada, ele pegou a bola dentro do gol, levou-a até o meio-campo e sentou-se em cima para provocar os adversários. Acabou expulso por atitude anti-seportiva após uma confusão em campo.
Foi campeão mineiro em 1947 ao lado de grandes idolos do clube como Kafunga e Zé do Monte.
Em 1947, o Galo foi ao Rio de Janeiro fazer um amistoso contra o América carioca. No jogo Carlyle foi o grande destaque marcando os três gols da vitoria Atleticana por 3x1. A sua excelente atuação foi o passaporte para o rico futebol carioca e Seleção Brasileira

CARLYLE É CONVOCADO PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

Carlyle na seleção
O atacante foi convocado por Flávio Costa e substituiu Friaça na partida contra o Uruguai, válida pela Copa Rio Branco, no Estádio Centenário, em Montevidéu. O jogador atleticano marcou o segundo gol brasileiro, que acabou perdendo por 4 a 2. No mesmo ano, Carlyle ficou famoso ao marcar três gols em um amistoso no goleiro Barbosa, do Vasco, e acabar com uma invencibilidade de 15 jogos do camisa 1.
Pela Seleção, disputou o campeonato Sul-Americano no Uruguai. Não consquistaram o título, mas Carlyle foi um dos artilheiros do campeonato. Ficou famoso por fazer gols inesquecíveis.

CAMPEÃO E ARTILHEIRO NO FLUMINENSE
Em 1950 se trasferiu para o Fluminense. Fez belas apresentações e se tornou o artilheiro do Campeonato Carioca de 1951, com 23 gols, formando um ataque com Santo Cristo, Didi, Orlando e Rodrigues.


Acima um dos grandes ataques que compos no tricolor;
Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Carlyle, Didi e Joel


Fluminense Campeão Carioca 1951 - Pé de Valsa, Edson, Jaiminho, Castilho, Pinheiro e Lafaete.
Agachados: Tele , Joel , Carlyle, Orlando

Já totalmente adaptado no Rio de Janeiro foi convocado para seleção carioca que inaugurou oficialmente o Maracanã, em partida contra a seleção paulista. Carlyle por pouco não foi o primeiro a marcar no grande estádio do Marcanã ao chutar uma bola na trave logo no início do jogo. Momentos mais tarde, participou da jogada em que Didi marcou o primeiro gol do maior estádio do mundo na época. Suas grandes atuações lhe valeram outra convocação para a Seleção Brasileira para disputar a Copa do Mundo de 1950. Porém, acabou sendo cortado, depois de uma discussão que teve com Pais Barreto, o médico da Seleção. Em 53, Carlyle trasfeiu para o Santos, no ano seguinte foi para o Palmeiras e em 55 voltou ao Rio defender o Botafogo onde dois anos mais tarde encerrou a carreira.
Mas em 1952 foi substituído por Marinho. Resolveu então ir jogar no Botafogo.


CARLYLE AGORA É DO BOTAFOGO


Tomou então o rumo do Alvinegro, atuando nas temporadas de 1953 e 1954, chegando a formar um quinteto ofensivo com Garrincha, Geninho, Carlyle, Dino da Costa e Vinícius.



Em pé: Gérson dos Santos, Gilson, Nilton Santos, Danilo Alvim, Ruarinho e Orlando Maia. Agachados: Mané Garrincha, Dino da Costa, Carlyle, Paulinho e Vinicius

TEMPERAMENTAL E VAIDOSO

Mas Carlyle era temperamental, julgava-se, digamos assim, uma segunda edição de Heleno de Freitas (1920-1959), mineiro como ele, e criou casos não apenas em Álvaro Chaves como em General Severiano. Mas parece que sentia-se mal pelo fato de que sua orelha esquerda era atrofiada e só admitia ser fotografado de perfil.



No início de 1954, a revista Manchete o escolheu para ser o primeiro jogador a posar com o novo uniforme canarinho da Seleção Brasileira (foto, com Borjalo no destaque), após um concurso lançado pelo Correio da Manhã e ganho por um gaúcho. E Carlyle, belo porte, feições e corpo de atleta, não fez por menos: posou de perfil, escondendo a orelha que hoje, com a moda dos cabelos grandes, não lhe provocaria um complexo tão grande.

A vida pessoal de Carlyle é um capítulo a parte. Dono de um belo patrimônio fazia questão de ostentar sua riqueza. Adorava ser o centro das atenções. Dizem que foi o primeiro Atleta profissional em MG a possuir um automóvel, um belo conversível chevrolet, que causava inveja e admiração por onde passava. Era também "boa pinta" fazia um enorme sucesso com as mulheres. Quando jogou no Atlético além de ser o artilheiro foi também o "Rei da Noite" Belo-horizontina. A fama de boêmio só pode ser comparada a de Paulo Valentim, que nos anos 50´s se envolveu com a famosa prostituta Hilda Furação. Dono de um temperamento explosivo se envolveu em várias brigas. Quando jogava no Botafogo, se desentedeu com Zezé Moreira em um restaurante na cidade de Aracaju-SE. Houve uma violenta troca de garrafadas e foi afastado da equipe. De volta ao Rio, fez uma carta a diretoria do Botafogo, explicando os fatOs, e um grande amigo seu, por considerá-la muito violenta, pediu permissão para modificá-la em alguns aspectos. A carta foi publicada nos jornais da época e teve grande repercussão. O amigo que fizera as modificações era Armando Nogueira.
 
Títulos: Campeão Mineiro pelo Atlético em 1947, 1949 e 1950; Campeão carioca pelo Fluminense em 1951